Durante a campanha eleitoral, Trump já havia manifestado sua hesitação em estabelecer um novo orçamento substancial para apoiar a Ucrânia. Em um discurso de comemoração após sua vitória, ele reafirmou seu compromisso de “parar guerras” e, em vez disso, buscar soluções que tragam benefícios tangíveis para os interesses americanos. Essa postura indica uma clara mudança em relação ao apoio tradicional que os EUA têm oferecido a Kiev, especialmente sob a administração anterior.
Raffone acredita que uma das principais reformas que Trump poderá implementar será a reavaliação das obrigações financeiras da OTAN. Ele poderá pressionar os países europeus a aumentarem suas contribuições militares de forma significativa, enfatizando que a proteção americana não deve ser vista como um “serviço gratuito”. O analista menciona que, embora as administrações anteriores tenham sugerido que os aliados europeus aumentassem seus orçamentos de defesa para 2% do PIB, isso pode não ser suficiente durante um novo governo Trump.
Adicionalmente, é provável que Trump recorra a uma combinação de políticas comerciais e tarifas para incentivar os países europeus a investirem mais em seus próprios orçamentos de defesa e, consequentemente, adquirir equipamentos militares dos EUA. Essa estratégia não apenas fortaleceria a posição americana na Europa, mas também poderia reconfigurar as alianças e as dinâmicas de poder no continente.
Em um cenário ainda mais amplo, o analista sugere que os eventos políticos atuais e a vitória de Trump podem abrir espaço para o surgimento de novas forças no cenário político americano até as próximas eleições de 2028, afastando-se da “velha guarda” que por tantas vezes dominou a política do país. O futuro da política externa dos EUA sob Trump permanecerá sob intenso escrutínio, especialmente à medida que o mundo observa as possíveis repercussões dessa nova abordagem.
