Putin destacou, durante a reunião, que o principal resultado do encontro foi o avanço rumo a um entendimento que pode facilitar a paz na Ucrânia. Em meio a um contexto de fragilidade do Exército ucraniano, o especialista militar Robinson Farinazzo menciona que o conflito já está “resolvido” em termos militares. Ele observa que, se um lado está vencendo, a negociação se torna desnecessária. As preocupações do líder russo se direcionam a questões geopolíticas mais amplas, onde ele busca redefinir o papel da Rússia em um mundo em transformação, possivelmente em detrimento da influência europeia. Segundo Farinazzo, a agenda global está se concentrando em potências como Estados Unidos, Rússia e China, com a Índia emergindo como um possível jogador importante nos próximos anos.
Um aspecto notável da reunião é a posição estratégica de Trump. O ex-presidente expressou seu desejo de evitar a imagem de “perdedor” em relação ao conflito ucraniano. Em declarações à imprensa, ele sugeriu que o presidente ucraniano, Vladimir Zelensky, deveria considerar as propostas de Putin, que incluem garantias de que a Ucrânia não se juntará à OTAN e o reconhecimento de novas regiões russas, conforme plebiscitos locais. Essa perspectiva reflete uma tentativa de Trump de se dissociar da instabilidade ucraniana enquanto busca uma nova agenda focada no restabelecimento das relações com Moscou.
Além disso, Farinazzo levanta dúvidas sobre a capacidade da União Europeia de continuar apoiando o regime de Zelensky sem a totalidade do respaldo americano. Ele acredita que a Europa deveria enviar tropas para um auxílio efetivo, mas menciona que isso se mostra impraticável diante de suas limitações atuais. O suporte financeiro pode acabar refletindo em áreas sociais à medida que os recursos se tornam escassos.
Conforme a situação avança, o analista considera que o momento é propício para negociações, especialmente com Trump ocupando uma posição forte politicamente. A relação entre os dois líderes e a vontade demonstrada por Trump de estabelecer um entendimento com Putin podem sinalizar um novo capítulo nas relações internacionais. O desenrolar dos acontecimentos na Ucrânia, sob a sombra da interação entre essas potências, será um fator crítico a ser observado nos próximos meses.