Trump Ameaça Tarifas de 100% para o BRICS: Os Impactos e Consequências para a Economia Americana em Análise

Donald Trump, recém-eleito presidente dos Estados Unidos, trouxe à tona uma ameaça que reverberou no cenário econômico global: a imposição de tarifas de 100% sobre os produtos dos países membros do BRICS, caso esses países busquem a criação de uma moeda própria ou tentem se desvincular do dólar americano. Essa declaração não apenas sinaliza uma possível escalada nas tensões comerciais, mas também levanta questões sobre a viabilidade de tal estratégia.

Durante seu primeiro mandato, Trump já reconhecia a eficácia de aplicar altas tarifas, mas agora, com a perspectiva de um segundo período no cargo, ele parece decidido a intensificar essa abordagem. Em uma publicação na plataforma Truth Social, ele deixou claro que espera um compromisso dos países do BRICS para que não tentem lançar uma nova moeda que poderia desafiar o dólar, sob pena de enfrentar sanções severas. “Nós não vamos mais assistir a esses países tentarem se afastar do dólar”, afirmou Trump, sugerindo que aqueles que desafiarem sua determinação devem “dizer adeus às vendas para a maravilhosa economia dos EUA”.

No entanto, a narrativa de que uma guerra comercial contra o BRICS seria benéfica para os EUA não é universalmente aceita. Especialistas como o economista britânico Rodney Shakespeare argumentam que, se Trump decidir seguir adiante com suas ameaças, isso poderia levar a retaliações coletivas por parte dos países do bloco, que representam cerca de 35% da atividade econômica global e mais de 40% da população mundial. “Se começar uma disputa comercial, isso poderia se transformar em um impasse que os EUA não conseguiriam vencer”, alertou Shakespeare.

Os EUA, que enfrentam um déficit comercial significativo com os membros do BRICS—cerca de US$ 433,5 bilhões—dependem grandemente das importações provenientes desse grupo. Não apenas produtos como eletrônicos, farmacêuticos e energia, mas também recursos naturais. Enquanto isso, as exportações dos EUA, que incluem bens como petróleo e alimentos, são razoavelmente substituíveis. O que pode ser mais preocupante para a economia americana é o fato de que, em um cenário de tarifas altíssimas, o preço dos produtos consumidos pelos americanos poderia disparar, o que pressionaria as famílias e aumentaria a inflação.

A ação proposta por Trump não somente exacerbaria as tensões já existentes, mas também poderia acelerar um movimento global em direção à desdolarização, na qual países buscam alternativas ao dólar para suas transações comerciais. A moeda americana, que há muito tempo é a principal moeda de reserva mundial, poderia perder sua primazia caso mais países decidam liquidar suas trocas bilaterais em moedas locais, como já ocorre em muitas transações entre os membros do BRICS.

Diante desse panorama, a questão central que permanece é: até que ponto a diplomacia econômica dos EUA pode ser sustentada diante da resistência emergente dos BRICS? As próximas ações de Trump poderão moldar não apenas a relação dos EUA com esses países, mas também a dinâmica econômica global nas próximas décadas.

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