As declarações surgem em um contexto de crescente pressão diplomática e sanções sobre Teerã. O porta-voz do Conselho de Segurança Nacional e Política Externa do parlamento iraniano, Ebrahim Rezaei, advertiu que, se as sanções continuarem, o Irã pode não apenas desistir do Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP), mas também aumentar seu nível de enriquecimento de urânio para além do limite de 60%. Essa possibilidade levanta sérias preocupações sobre a viabilidade de um acordo nuclear e as repercussões para a estabilidade regional.
A situação se complicou ainda mais após a decisão de Masoud Pezeshkian, presidente do parlamento iraniano, de suspender a cooperação com a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) no início de julho. A reativação dessa colaboração está condicionada a garantias de segurança que protejam tanto as instalações nucleares quanto os cientistas envolvidos. Teerã expressou frustração com a AIEA, criticando seu diretor-geral, Rafael Grossi, por não ter tomado medidas após os recentes ataques israelenses e americanos a instalações iranianas.
Ressaltando a fraqueza da situação, a Rússia interveio oficialmente, condenando as ações dos EUA, que, segundo Moscou, violam o direito internacional e as resoluções da ONU. O Kremlin enfatizou a necessidade de uma resposta adequada da AIEA aos acontecimentos que têm gerado um clima de tensão no Oriente Médio.
Enquanto isso, a população iraniana observa atentamente a progressão deste cenário, que tem o potencial de não apenas desencadear um novo conflito militar, mas também desestabilizar ainda mais a já frágil situação geopolítica da região.