A tensão entre as duas nações aumentou recentemente, quando, no dia 4 de setembro, dois aviões de combate venezuelanos foram identificados sobrevoando um buque de guerra americano em águas internacionais. O Departamento de Defesa dos EUA, que recentemente foi rebatizado como Departamento de Guerra, descreveu a manobra como um “movimento altamente provocativo”, explicando que as aeronaves estavam interferindo nas operações de combate ao narcotráfico, cuja atenção do governo Trump se voltou em grande parte para a Venezuela.
Em uma série de eventos relacionados, Trump também divulgou um vídeo que alegadamente mostrava um ataque de militares dos EUA a uma embarcação envolvida no transporte de drogas da Venezuela. Segundo ele, a operação resultou na morte de “11 terroristas”. No entanto, o governo venezuelano denunciou a autenticidade do vídeo, afirmando que se tratava de uma manipulação utilizando tecnologias de inteligência artificial. Freddy Ñáñez, ministro das Comunicações da Venezuela, acusou o secretário de Estado americano, Marco Rubio, de enganar Trump e de levar o presidente a uma posição insustentável.
Diante das crescentes ameaças, Nicolás Maduro, presidente da Venezuela, mobilizou aproximadamente 5 milhões de reservistas militares. Para ele, a presença militar dos EUA na região representa um risco sem precedentes. Maduro declarou que a proximidade de oito navios de guerra e a ameaça de 1.200 mísseis com um submarino nuclear direcionados à Venezuela intensificaram a situação, que ele considera a maior crise que a América Latina já enfrentou.
Em suma, a escalada de retórica entre Washington e Caracas reflete uma tensão histórica, marcada por acusações mútuas e uma crescente mobilização militar, que poderá ter consequências de longo alcance na estabilidade regional. A situação permanece delicada e em constante evolução à medida que ambos os lados avaliam suas posições e opções no cenário internacional.