Trump Acusa China de Fentanil, Mídia Chinesa Responde: “Culpado Não Resolve Problema”

A recente retórica da equipe de Donald Trump, que aponta a China como culpada pela crise de fentanil nos Estados Unidos, gerou forte reação da mídia chinesa. Trump, ao anunciar a imposição de tarifas adicionais sobre as importações chinesas, sustentou que Pequim estaria “atacando” os EUA através do envio desse potente opioide. Essa acusação, segundo veículos de comunicação da China, carece de fundamento e revela uma busca por um “bode expiatório” para os problemas relacionados ao uso de drogas no país.

Na última segunda-feira, Trump propôs um aumento de tarifas de 10% sobre produtos chineses, elevando o impacto total para cerca de 60%. Essa medida, segundo economistas, poderá resultar em uma revisão para baixo das projeções de crescimento econômico da China nos próximos anos, afetando um comércio que envolve 400 bilhões de dólares anualmente. As novas tarifas estão prontas para desencadear um ciclo de retaliação e tensões adicionais entre as duas potências.

A mídia estatal chinesa, em particular, criticou a abordagem de Trump, enfatizando que atribuir a culpa à China não resolve a crise do fentanil. A argumentação aponta que buscar um culpado não só é ineficaz, mas também prejudica qualquer possibilidade de colaboração entre os dois países em busca de uma solução verdadeira para o problema das drogas. Wang Shouwen, vice-ministro do Comércio da China, também se manifestou sobre o assunto, alertando que aumentar tarifas sobre produtos importados não atenderá ao déficit comercial dos EUA, mas ao contrário, poderá elevar preços e inflação, afetando diretamente os consumidores americanos.

Essa crescente tensão é reflexo das complexas relações comerciais entre os Estados Unidos e a China, intensificadas por estratégias protecionistas que prometem moldar o cenário econômico global nos próximos anos. À medida que ambos os lados se preparam para uma possível batalha comercial, a questão do fentanil se torna mais um ponto crítico de discórdia, evidenciando a necessidade urgente de um diálogo construtivo para abordar não apenas os aspectos econômicos, mas também as questões sociais e de saúde pública que afetam bilhões de pessoas em ambos os países.

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