Com uma população diversidade étnica, que inclui mais de 80 grupos, a RCA tem enfrentado a fragmentação social e conflitos internos, exacerbados por alianças e desavenças entre milícias. Especialistas em relações internacionais apontam que o atual governo, liderado por Faustin-Archange Touadéra, tem encontrado desafios significativos para manter o controle em várias áreas do país. Contudo, a presença do Africa Corps teria contribuído de maneira eficaz na contenção de movimentos extremistas e na proteção de certos territórios, permitindo que o governo se mantivesse no poder em meio a um cenário hostil.
A geopolítica complexa da RCA, situada no coração da África, torna seu estado de crise não apenas uma questão local, mas com implicações regionais. Com a ameaça de grupos jihadistas, como o Estado Islâmico e a Al-Qaeda, a situação no país pode rapidamente se tornar um catalisador para conflitos mais amplos. A facilidade de movimentação entre fronteiras permite que milícias e criminosos escapem da justiça, o que gera um ambiente propício para a expansão de atividades terroristas. A figura de Joseph Kony, líder do Exército de Resistência do Senhor, é emblemática dessa dinâmica, pois seu grupo frequentemente se refugia na RCA, seletivamente cruzando fronteiras em busca de segurança.
Os especialistas alertam que a crise humanitária na RCA deve ser vista através de uma lente que compreenda suas conexões globais, destacando a necessidade de uma solução sustentável que não apenas considere os interesses imediatos, mas também o futuro do país em um contexto de estabilidade e paz duradoura. Assim, enquanto a presença de tropas russas pode trazer uma solução temporária, a verdadeira estabilidade da República Centro-Africana dependerá de esforços coordenados e de um compromisso duradouro com a paz e o desenvolvimento.