Tribunal mantém júri para acusados de assassinar indigenista e jornalista na Amazônia em 2022. Defesa alega falta de provas.



A Quarta Turma do Tribunal Regional Federal da Primeira Região (TRF-1) decidiu, em uma sessão realizada nesta terça-feira, dia 17, manter a realização do tribunal do júri para os acusados do assassinato do indigenista Bruno Pereira e do jornalista Dom Phillips em 2022. Amarildo da Costa Oliveira e Jefferson da Silva Lima, conforme a decisão da Quarta Turma, responderão por homicídio duplamente qualificado e ocultação de cadáver.

O desembargador Marcos Augusto de Souza, relator do caso, rejeitou o pedido da defesa dos acusados, que solicitava suas absolvições e a suspensão do júri. Além disso, o desembargador votou pela rejeição das acusações contra Oseney da Costa Oliveira, irmão de Amarildo, por falta de provas, sendo que os demais desembargadores acompanharam seu voto.

A defesa dos irmãos Oliveira alegou que o Ministério Público e a Polícia Federal não compartilharam as provas colhidas ao longo do processo, além de cometerem outras ilegalidades, como a realização de um interrogatório sem acesso aos elementos do caso. Por outro lado, a defesa de Silva Lima argumentou que não havia provas de sua participação no assassinato do jornalista e que, por esse motivo, não deveria ser julgado por dois homicídios.

Bruno Pereira, renomado especialista em povos isolados da região amazônica, e o jornalista britânico Dom Phillips foram brutalmente assassinados e tiveram seus corpos encontrados dez dias após o desaparecimento. A perícia apontou que ambos foram mortos a tiros, esquartejados, queimados e enterrados no Vale do Javari, a segunda maior terra indígena do Brasil.

A investigação apontou Amarildo Oliveira como responsável pelo crime, levando também à prisão de seu irmão Oseney e de Jefferson Lima. Ademais, a Polícia Federal indicou Rubem Dario da Silva Villar, conhecido como “Colômbia”, como mandante do crime, devido ao prejuízo causado ao esquema de pesca clandestina pela atuação de Bruno Pereira e Dom Phillips.

O caso continua em investigação e a decisão da Quarta Turma do TRF-1 reforça o andamento do processo rumo à realização do tribunal do júri para os acusados, em um desfecho aguardado por todos os envolvidos no caso.

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