Duas famílias de Maceió vivem o drama de ter os corpos de seus parentes trocados. Juarez Queiroz de Lima, 64 anos, morador do bairro do Bebedouro e Benedita Francisca Cândido dos Santos, 78 anos, moradora da Ponta Grossa, morreram no hospital Sanatório e tiveram os corpos trocados. De acordo com as famílias, o corpo de Juarez foi enterrado no lugar do corpo de Benedita.
Por meio de nota, o Hospital Santório informou que “houve obediência aos protocolos indicados, mas um triste incidente fez com que, a despeito da identificação, serviço funerário privado fizesse o traslado de corpo equivocado”.
Nota do Hospital Santório
A propósito de recentes denúncias e reportagens envolvendo o nome do Hospital Geral Sanatório em caso de troca de pacientes falecidos, algumas considerações se fazem urgentes.
A Liga Alagoana contra a Tuberculose, entidade mantenedora do Hospital Sanatório, é uma entidade que, há mais de 70 anos, presta serviços de atendimento à saúde para os alagoanos. Somos parte da história do Estado, e temos orgulho disto.
Como entidade filantrópica reconhecida em todos os níveis de governo, o Hospital possui, ainda, o reconhecimento enquanto entidade beneficente de assistência social, mercê de dedicar cerca de 90% dos seus atendimentos ao Sistema Único de Saúde.
Vive-se um momento inédito nesta geração, com a pandemia ocasionada pelo novo Coronavírus – COVID-19. A Organização Mundial da Saúde – OMS declarou Emergência em Saúde Pública de Importância Internacional, em 30 de janeiro de 2020.
As práticas cotidianas nas nossas famílias e nos nossos trabalhos mudaram. No seio hospitalar, não poderia ser diferente. O respeitoso momento de despedida dos nossos familiares e amigos foi tolhido, não por vontade livre e espontânea das autoridades ou dos estabelecimentos hospitalares, mas diante de imperativos de saúde pública.
Os pacientes que falecem vitimados pelo COVID-19 são cuidados, com toda a dignidade possível dentro do que se espera neste momento. Merecedores do nosso respeito, são vítimas de um inimigo invisível que desafia o sistema de saúde e o nosso modo de vida. Ao falecer, são lacrados em invólucros e etiquetados, para a correta identificação, mercê do grande potencial de contaminação do vírus que estamos enfrentando. As perdas já somam mais de dez mil vidas, em âmbito nacional, e o momento inspira cautelas.
No caso narrado, houve obediência aos protocolos indicados, mas um triste incidente fez com que, a despeito da identificação, serviço funerário privado fizesse o traslado de corpo equivocado.
O Hospital Sanatório, ciente de que cumpriu as formalidades exigidas diante do cenário pandêmico, solidariza-se com as famílias. Somente irmanados para enfrentar a situação de calamidade pública é que poderemos superar o desafio, dentro de um legítimo espírito comunitário.
Ao tempo em que lamentamos o ocorrido, colocamo-nos à disposição dentro da nossa missão maior, prestar assistência à saúde da sociedade alagoana.
Atenciosamente,
A DIRETORIA
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