Transparência nas emendas parlamentares: promessa de Motta e Alcolumbre pode significar o fim do Orçamento Secreto, conforme apuração da Polícia Federal.

Novos presidentes da Câmara e do Senado prometem transparência nas emendas parlamentares

Na última semana, os novos presidentes da Câmara, Hugo Motta, e do Senado, David Alcolumbre, anunciaram um compromisso de conferir total transparência à gestão das emendas parlamentares ao Orçamento da União. Essa medida, se executada conforme prometido, será de grande importância para o país e representará o fim do chamado Orçamento Secreto.

Hugo Motta, em crítica à falta de transparência na gestão orçamentária, propôs a criação de uma plataforma digital integrada que permitirá à sociedade acompanhar em tempo real cada centavo gasto pelos três poderes. Para Motta, a transparência é essencial para fortalecer a democracia e garantir a legitimidade constitucional das instituições.

Já David Alcolumbre se mostrou igualmente comprometido com a transparência dos gastos públicos. O presidente do Senado afirmou que é necessário reconhecer que o dinheiro público não pertence aos parlamentares, mas sim aos brasileiros que pagam impostos. Em entrevista à GloboNews, Alcolumbre reforçou a importância de dar transparência às emendas parlamentares.

As verbas destinadas às emendas parlamentares tiveram um significativo aumento desde 2020. Nos últimos cinco anos, foram movimentados cerca de R$ 148,9 bilhões, um valor mais de quatro vezes superior ao ciclo anterior. O ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal, defende uma maior transparência na destinação desses recursos e já congelou repasses em algumas situações.

Alcolumbre, eleito com 73 votos, é considerado um especialista no assunto. O senador foi responsável por um volume significativo de recursos transferidos para o Amapá por meio de emendas ao Orçamento da União. A atuação de Alcolumbre teve grande impacto nas eleições locais, com a maioria dos prefeitos se reelegendo ou elegendo seus sucessores.

No entanto, o Congresso volta às atividades sob a sombra de um inquérito da Polícia Federal que investiga desvios de verbas do Orçamento Secreto. Cerca de 50 deputados federais e alguns senadores estão sob suspeita de crimes como suborno, peculato e lavagem de dinheiro. Os casos estão sendo analisados pela Procuradoria Geral da República.

A promessa de transparência feita por Motta e Alcolumbre é crucial para garantir a confiança da população nas instituições e evitar práticas ilegais no uso do dinheiro público. Resta aguardar se as medidas propostas serão efetivamente implementadas e se contribuirão para a melhoria da gestão orçamentária no Brasil.

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