A carta, intitulada “Desejo do Coração”, foi redigida anos atrás, quando o jovem estava internado no Centro Educacional do Adolescente (CEA). Nele, Gerson expressa seus anseios mais profundos e simples: felicidade, o afeto da mãe e a oportunidade de um emprego. “Eu queria ter uma grande felicidade que eu nunca tive, mas como Deus é maior, um dia eu vou ter. Eu queria ter a visita da minha mãe para ter carinho e amor”, lê-se em suas palavras.
Além de seus desejos pessoais, Gerson compartilha sonhos que revelam sua forte conexão com os animais, almejando se tornar policial florestal ou veterinário. Essa paixão pelo mundo animal adiciona uma camada de tragédia à sua morte, tornando o ocorrido ainda mais simbólico. Verônica Oliveira, ao reler a carta, confessou que as palavras de Gerson a impactaram profundamente. “Ele não pediu nada material, nada impossível. Infelizmente, sua vida foi repleta de dificuldades. É doloroso ler uma carta tão simples, mas ao mesmo tempo tão cheia de significado”, analisou.
Gerson carregava um diagnóstico de esquizofrenia e um histórico de abandono, tendo passado por diversas instituições de acolhimento e interferências legais. Na referida carta, ele expressa gratidão às pessoas que o auxiliaram durante sua internação, mencionando com carinho professores, agentes, diretores, advogados e a juíza responsável pelo seu caso.
Tragicamente, Gerson faleceu no dia 30 de novembro após escalar um muro de mais de seis metros para acessar a área dos felinos no parque, um ato que culminou em sua morte instantânea após ser atacado pela leoa conhecida como Leona. A Polícia Civil da Paraíba investiga as circunstâncias ao redor deste evento devastador, que não apenas ceifou uma vida jovem, mas também trouxe à tona questões mais amplas sobre proteção e cuidado.
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