Gerard Deokaran, um perito criminal especializado em explosões, destacou que durante o exame da área foram coletados inúmeros vestígios, incluindo amostras de solo e gás. Esses itens passaram por uma análise detalhada no Laboratório de Química Forense para validar as hipóteses iniciais. Ao todo, 52 vestígios foram coletados, e cerca de 35 exames serão realizados, muitos deles utilizando um microscópio eletrônico de varredura para detectar padrões em fissuras e microfissuras nos materiais encontrados.
A equipe de peritos também analisou a presença de pelo menos sete botijões de gás no imóvel onde ocorreu a explosão. Isso sugere a possibilidade de uma transferência de gás entre botijões de tamanhos diferentes, uma questão que ainda será confirmada mediante a análise detalhada dos botijões e das mangueiras envolvidas. Deokaran apontou a necessidade de exames adicionais, incluindo a neutralização dos botijões, para esclarecer se houve uma única explosão ou múltiplas deflagrações em sequência.
Por sua vez, o perito Marcelo Velez explicou que os trabalhos também incluíram a coleta de elementos de interesse criminalístico para reconstruir a sequência de eventos que culminaram na explosão. Essa fase de investigação compreendeu a fixação de vestígios, registros fotográficos e a realização de medidas detalhadas no local, visando uma análise aprofundada no interior do Instituto de Criminalística.
Velez destacou que, através dessas análises, será possível determinar o alcance e a força da explosão, não só no imóvel atingido, mas também em áreas adjacentes. Um aspecto crítico é a medição da quantidade de gás presente no ambiente, que será realizada baseando-se nos resultados laboratoriais das amostras de gás coletadas.
Quanto às vítimas, o perito observou que as lesões causadas pela explosão podem estar relacionadas à detonação dos gases no ambiente. No entanto, a confirmação dessas hipóteses depende tanto dos resultados das análises forenses quanto das necropsias realizadas pelo IML de Maceió. A investigação busca ainda identificar se as vítimas encontradas no local estavam perto do suposto epicentro.
Com a conclusão dessa fase da perícia, que contou com um time multidisciplinar de engenheiros e especialistas, as atenções voltam-se agora para as análises internas. A investigação prossegue, e novas informações serão divulgadas à medida que os exames sejam completados. A equipe de apoio, composta por auxiliares de perícia como Adeciane Maria, Anderson Freitas e Daniel Santos, também foi fundamental para o andamento dos trabalhos.