O incêndio teve início na quinta-feira e se espalhou rapidamente por um conjunto de oito torres habitado por mais de 4.600 moradores. Na manhã seguinte, as operações de resgate enfrentaram desafios significativos, como o calor intenso, a fumaça densa e a estrutura precarizada dos andaimes de bambu, que cercavam as edificações em reforma. De acordo com relatos, as equipes de bombeiros foram obrigadas a enfrentarem condições extremas para alcançar aqueles que poderiam estar presos nos andares superiores.
Após o incêndio, três funcionários da construtora responsável pelas reformas foram detidos sob suspeita de homicídio culposo. A polícia investiga a utilização de materiais inseguros, como placas de espuma inflamável que obstruíam as janelas, contribuindo para a rápida propagação das chamas. Documentos da empresa foram apreendidos, e as autoridades discutem a substituição gradual dos andaimes de bambu por estruturas de metal, em um esforço para aumentar a segurança em futuras obras.
O número de desaparecidos no incidente chegou a 279, mas esse dado não foi atualizado por mais de 24 horas, gerando preocupação nas famílias afetadas. Vinte e cinco chamadas de emergência para o Corpo de Bombeiros ainda aguardam resposta, um reflexo das dificuldades enfrentadas pelas equipes de socorro na localização de sobreviventes.
A trágica perda de vidas no incêndio de Wang Fuk Court marca um triste capítulo na história de Hong Kong, sendo o pior desastre desse tipo desde 1948, quando 176 pessoas morreram em um incêndio em um armazém. A comunidade começou a se mobilizar, com evacuados se instalando temporariamente em um shopping próximo, enquanto voluntários distribuíam alimentos e itens de higiene. O cenário é de comoção e solidariedade, em um momento em que muitos ainda se perguntam sobre as falhas de segurança que levaram a essa tragédia.









