De acordo com informações da Polícia Civil, esses crimes são praticados por traficantes aliados a milicianos, conhecidos como narcomilicianos. O Ministério Público do Rio (MP-RJ) já ofereceu denúncia contra sete suspeitos envolvidos nesse esquema criminoso.
Os motoristas relataram à polícia que, ao chegarem ao local combinado para as corridas falsas, foram surpreendidos e rendidos por traficantes, sendo levados sob ameaça para o morro. Lá, eles foram coagidos a efetuar o pagamento de uma “taxa de segurança”, que variava entre R$ 60 e R$ 150, em espécie ou via Pix.
Aqueles motoristas que não eram da Ilha do Governador tiveram suas placas de veículos registradas e foram alertados de que não poderiam mais trabalhar na região sob o risco de sofrerem punições graves, como humilhação pública e agressões.
O caso está sendo investigado pela 37ª Delegacia de Polícia da Ilha do Governador, e a Polícia Civil informou que as investigações estão em andamento para identificar os suspeitos e esclarecer todos os fatos. Enquanto isso, a Polícia Militar ressaltou a importância da participação da população no combate a crimes como extorsão e exploração de serviços clandestinos.
Na terça-feira anterior, 28, o Ministério Público divulgou que havia apresentado denúncia e solicitado a prisão preventiva de sete membros de uma facção criminosa envolvida em extorsão a motoristas de aplicativos, mototáxis e táxis na região da Ilha do Governador. Os traficantes exigiam pagamentos sob grave ameaça de morte e com uso de armas de fogo.
Os integrantes dessa facção criminosa controlam o tráfico em diversas comunidades da região, como a do Dendê e das Pixunas. Eles passaram a cobrar taxas dos motoristas mediante extorsão, obrigando-os a realizar pagamentos semanais e se cadastrarem em cooperativas controladas pelos criminosos.
Os criminosos chegaram a impor o uso de adesivos fornecidos por eles para identificar os motoristas cadastrados e que seguiam as regras estabelecidas pela facção. O MP denunciou cinco suspeitos à Justiça, incluindo um indivíduo apontado como mandante das atividades ilegais.
A facção em questão é relacionada ao Terceiro Comando Puro (TCP) e tem histórico de atuação na região, dominando o tráfico de drogas. As autoridades salientam a importância da colaboração da população para coibir essas práticas criminosas e garantir a segurança de motoristas e demais cidadãos que utilizam os serviços de aplicativos de transporte.