De acordo com a Polícia Civil, os recursos eram transferidos e encaminhados até Ponta Porã, no Mato Grosso do Sul, onde serviam como financiamento para a aquisição de armamentos e outras atividades ilícitas ligadas ao tráfico. Em resposta a essa situação, uma operação foi deflagrada na terça-feira, com o objetivo claro de desarticular a estrutura financeira do Comando Vermelho, que, segundo estimativas, estaria envolvido na lavagem de mais de R$ 250 milhões.
Dentro do contexto da operação, a polícia identificou nomes de indivíduos que teriam se beneficiado dos esquemas de lavagem. Entre eles, Viviane Noronha, esposa do cantor MC Poze do Rodo, surgiu como um dos nomes proeminentes. A investigação apontou que ela teria recebido somas milionárias através de empresas de fachada, levando as autoridades a cumprir mandados de busca e apreensão em sua residência, além de bloquear seus bens e os de outros suspeitos.
O delegado Jefferson Ferreira, que atua na Delegacia de Roubos e Furtos, informou que há evidências do envolvimento da rede de restaurantes no esquema de lavagem. O empresário Juscelino Medeiros de Lima, chamado popularmente de Rei da Picanha, figura entre os investigados. Outro nome de destaque é o de Gustavo Miranda de Jesus, que supostamente gerenciou o setor financeiro de Fhillip e movimentou R$ 30 milhões em um único ano, mesmo sendo beneficiário do auxílio emergencial do governo.
Além destes, outros indivíduos, como Doca, um chefe do tráfico na Penha, e seu segurança, conhecido como Nikolas, também foram mencionados nas investigações. A produtora Leleco Nacional foi identificada como uma possível ponte para transferências ilícitas, que podem ter envolvido até mesmo Matheus Mendes, identificado como um laranja de Viviane. Mais intrigante ainda, a polícia revelou que um depósito financeiro foi realizado para Mohamed Hussein Ahmed, um egípcio suspeito de vínculos com a Al-Qaeda, embora o montante e o destino desse valor permanecem desconhecidos. Essa complexa rede de crimes financeiros e conexões internacionais levanta preocupações significativas sobre a atuação de organizações criminosas no Brasil.
