Os estrategistas de marketing não combinaram suas táticas com a abordagem tradicional da Igreja, que é conhecida por sua postura conservadora em relação a questões como a sexualidade. O coelho é um símbolo de fertilidade e o chocolate é considerado um alimento afrodisíaco, o que acaba transformando os símbolos da Semana Santa em uma espécie de celebração do sexo.
Minhas memórias da semana santa de minha infância são repletas de tradições que valorizavam o significado religioso do período. Lembro-me do Domingo de Ramos, quando se comemora a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém montado em um jumento, acolhido pela multidão com ramos de oliveira e louvores.
As atividades durante a semana santa incluíam procissões e refeições específicas, como o bacalhau preparado pela minha mãe. Na quinta-feira santa, havia uma brincadeira conhecida como “serrar o velho”, onde os jovens se reuniam para realizar uma encenação tradicional europeia que envolvia versos humorísticos e brincadeiras.
Na Sexta-feira Santa, tudo parecia estar em silêncio e recolhimento, com rádios tocando apenas músicas fúnebres e a proibição de eventos considerados profanos. O sábado de aleluia era marcado pela tradição de malhar o Judas, um boneco simbólico que representava um personagem controverso.
Por fim, o domingo da ressurreição era o dia da celebração da vida e da renovação, com histórias religiosas sobre a ascensão de Cristo aos céus. Hoje em dia, a Páscoa se tornou um espetáculo midiático, com celebridades participando de eventos e a tradição de consumir chocolate e vinho se sobrepondo à mensagem original da data.