Trabalho infantil cresce no Brasil, atingindo 1,6 milhão de crianças em condições perigosas; aumento de 50% na faixa etária de 5 a 13 anos.

O trabalho infantil continua sendo uma realidade preocupante no Brasil, com um aumento significativo observado nos últimos anos. Segundo uma pesquisa divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), intitulada “Pnad Contínua Trabalho de Crianças e Adolescentes”, o número de crianças e adolescentes submetidos a condições de trabalho perigosas aumentou, especialmente entre os pequenos de 5 a 13 anos, que são proibidos de trabalhar sob qualquer pretexto.

De acordo com a pesquisa, quase metade (46,2%) dos 1,6 milhão de menores que estavam no mercado de trabalho se encontrava em condições consideradas perigosas. Isso significa que essas crianças e adolescentes estão sujeitos a situações que oferecem riscos à saúde e integridade física, expostos a ambientes imorais ou propensos à violência, doenças ou acidentes irreversíveis.

A situação é ainda mais alarmante quando se observa um aumento de 50% no número de crianças de 5 a 13 anos em trabalhos perigosos entre 2019 e 2022, com 158 mil menores nessa situação. Mesmo a faixa etária de 14 a 15 anos não escapou, somando 180 mil jovens nessas condições.

Apesar de alguns relatos de crianças que afirmam gostar de trabalhar e ajudar suas famílias, como o caso de K.A., de 16 anos, que trabalha como vendedor ambulante, é importante enfatizar que o trabalho infantil é proibido, e as crianças e adolescentes deveriam estar na escola, garantindo seu direito à educação e um ambiente saudável para seu desenvolvimento.

Não é apenas o trabalho rural que expõe menores a condições arriscadas. Mesmo atividades urbanas, como o comércio ambulante, estão previstas na lista TIP (Trabalho Infantil Perigoso) e na convenção da OIT (Organização Internacional do Trabalho) devido aos riscos de violência, atropelamentos e outros acidentes de trânsito, além do assédio, exploração sexual e consumo de drogas.

O aumento do trabalho infantil perigoso é uma preocupação para a sociedade brasileira e exige medidas efetivas das autoridades para proteger as crianças e adolescentes do país. As famílias também precisam de suporte social para garantir condições dignas de vida sem precisar recorrer ao trabalho infantil. A educação e proteção dos direitos das crianças devem ser prioridades absolutas para a construção de um futuro mais justo e equitativo.

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