TRABALHO – Expulsão de famílias em Messias revela contradições no apoio estatal às usinas – com Jornal Rede Repórter

Desde 22 de outubro, povoados rurais em Messias, Alagoas, enfrentam o desespero. Centenas de famílias foram despejadas em reintegração de posse solicitada pela Usina Utinga, de Eduardo Queiroz Monteiro, cuja dívida ao Estado ultrapassa R$ 177 milhões. A ação incluiu áreas que pertencem ao DNIT, mas o órgão se eximiu de responsabilidade.

Relatos de moradores evidenciam o impacto humano. “Vivi 15 anos cultivando aqui, e agora destruíram tudo. Era meu sonho”, lamentou a agricultora Cícera dos Santos. Templos religiosos e casas foram demolidos, deixando famílias alojadas em escolas e sem alternativas.

Apesar de investirem em marketing de responsabilidade social, o Grupo EQM acumula denúncias graves, incluindo trabalho escravo e condenações por gestão fraudulenta. Em Pernambuco, lidera investimentos milionários com benefícios fiscais enquanto comunidades são removidas.

A reintegração de Messias é apenas um capítulo na relação histórica entre usinas e o Estado, marcada por isenções fiscais e inadimplência. Sob a justificativa de geração de empregos, Alagoas segue privilegiando o setor sucroalcooleiro, mesmo em detrimento de direitos sociais. Enquanto isso, centenas de famílias vivem sob incerteza e escombros. (Com Mídia Caeté)

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