De acordo com o banco de dados Aid Worker Security, que registra incidentes desde 1997, até o momento foram contabilizadas 281 mortes de trabalhadores humanitários em 2024. Esse número supera os 280 óbitos registrados em 2023, que detinha o recorde anterior.
Os dados do banco de dados apontam que 178 trabalhadores humanitários foram mortos nos territórios palestinos ocupados, incluindo Gaza, tornando esse conflito o mais letal para as Nações Unidas. Outros 25 profissionais foram mortos no Sudão, de acordo com o relatório.
Em uma coletiva de imprensa em Genebra, Jens Laerke, porta-voz do Escritório Humanitário da ONU (OCHA), expressou indignação: “Essas pessoas estão fazendo o trabalho de Deus e estão sendo mortas como resposta. Que diabos?”. A maioria das vítimas eram funcionários locais, enquanto 13 eram trabalhadores humanitários internacionais.
Apesar da proteção garantida pela lei humanitária internacional aos trabalhadores humanitários, os especialistas apontam que poucos casos desse tipo chegam a julgamento, o que levanta preocupações sobre o acesso futuro de grupos humanitários e a dificuldade em provar a intenção por trás desses crimes.
Em um comunicado, Tom Fletcher, chefe de ajuda da ONU, condenou veementemente essa violência, classificando-a como inaceitável e devastadora para as operações de ajuda. Ele chamou os Estados e as partes em conflito a protegerem os trabalhadores humanitários, a defenderem o direito internacional e a processarem os responsáveis, encerrando assim uma era de impunidade.