Os trabalhadores da Petrobras aprovaram um indicativo de greve por tempo indeterminado, a partir do primeiro minuto de sábado, dia 1º de fevereiro. Segundo a Federação Única dos Petroleiros (FUP), um comunicado sobre a paralisação já foi enviado à estatal e às suas subsidiárias.
De acordo com entidade, o movimento — que inclui 13 sindicatos — é contra as demissões na Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados do Paraná (Fafen) e o descumprimento do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) de 2019, que precisou da mediação do Tribunal Superior do Trabalho (TST).
“As demissões e transferências em massa que estão ocorrendo no Sistema Petrobras em função das privatizações (entre elas a da BR Distribuidora) e fechamento de unidades ferem os Acordos de Trabalho pactuados com as representações sindicais”.
Ainda segundo a FUP, sem os investimentos da Petrobras, que foram significativamente reduzidos, 2,5 milhões de postos de trabalho foram fechados no setor de óleo e gás. “Só no Sistema Petrobras, foram fechados mais de 270 mil postos de trabalho, entre próprios e terceirizados”, declarou, segundo o Extra.
Resultado das assembleias segundo a FUP
Sindiquímica-PR – 100% de aprovação
Sindipetro Unificado de São Paulo – 88% de aprovação
Sindipetro Paraná e Santa Catarina – 87% de aprovação
Sindipetro Pernambuco e Paraíba – 87% de aprovação
Sindipetro Minas Gerais – 86% de aprovação
Sindipetro Duque de Caxias – 86% de aprovação
Sindipetro Rio Grande do Norte – 84% de aprovação
Sindipetro Rio Grande do Sul – 74% de aprovação
Sindipetro Espírito Santo – 75% de aprovação
Sindipetro Amazonas – 74% de aprovação
Sindipetro Norte Fluminense – 69% de aprovação
Sindipetro Bahia – 56% de aprovação
Sindipetro Ceará – 37% de aprovação (42% de abstenção e 21% de rejeição)
Petrobras: greve não atende aos requisitos legais
Procurada, a Petrobras informou que considera “descabido” o movimento grevista, que segundo a empresa não atende aos requisitos legais.
“Os compromissos pactuados entre as partes vêm sendo integralmente cumpridos pela Petrobras em todos os temas destacados pelos sindicatos”, informou a companhia.
A Petrobras destacou ainda que o Acordo Coletivo de Trabalho 2020 foi assinado em novembro de 2019, tendo como resultado a criação de fóruns para discussão de temas relevantes para os empregados.
“Ao anunciar mais um movimento grevista — em novembro e dezembro de 2019 também houve paralisação —, as entidades sindicais não demonstram intenção de buscar consenso e avançar por meio do diálogo. A Petrobras reitera sua boa-fé negocial e permanece disposta a analisar as propostas que venham a ser recebidas dos sindicatos, nos termos e prazos acordados no TST”, concluiu a empresa.
31/01/2020