Após a prisão, a mulher foi levada para a Cadeia Pública de Lorena, onde permaneceu até ser liberada provisoriamente pelo Tribunal de Justiça de São Paulo, que, em audiência de custódia, impôs medidas cautelares, evitando a detenção prolongada da suspeita. O caso foi tratado com seriedade pelas autoridades, refletindo a crescente intolerância ao racismo no esporte.
De acordo com a súmula da partida, o clima entre os jogadores do Manthiqueira e a torcida do Corinthians já era tenso, com relatos de ofensas durante o primeiro tempo. O árbitro, Guilherme Drbochlaw, precisou interromper a partida no segundo tempo, após perceber que o jovem jogador, visivelmente afetado, se sentou em campo em lágrimas devido às ofensas proferidas. A gravidade da situação levou o árbitro a acionar o protocolo antirracismo, um procedimento que visa proteger os atletas e garantir um ambiente mais seguro durante as competições.
As ofensas dirigidas à criança incluíram xingamentos degradantes. A reação dos jogadores do Manthiqueira também foi notável, com relatos que indicam que tentaram alertar sobre o comportamento inadequado da torcida visitante durante o intervalo. Apesar da vitória do Corinthians pelo placar de 5 a 1, a partida ficou marcada por um episódio que espelha um problema crônico de racismo no futebol e na sociedade em geral.
A Federação Paulista de Futebol manifestou sua indignação em nota, ressaltando a necessidade de uma luta contínua contra o racismo. A entidade enfatizou que a natureza do ato e o fato de a vítima ser uma criança tornam a situação ainda mais chocante. “O futebol paulista não tolera a participação de racistas em suas competições”, afirmaram, reafirmando seu compromisso em garantir a segurança e o respeito dentro do esporte.
O Corinthians, por sua vez, também se posicionou, repudiando qualquer forma de discriminação e garantindo apoio às autoridades na investigação do caso. O Manthiqueira, ao publicar uma nota nas redes sociais, reforçou que episódios como esse não devem ser tolerados, enfatizando que, independentemente da idade, o racismo é inaceitável. O lamentável incidente levanta discussões urgentes sobre a responsabilidade de clubes e torcedores em criar um ambiente inclusivo e respeitoso no esporte.









