Toffoli mantém acareação no caso Banco Master; diretor do BC não é investigado, mas participação é crucial para esclarecer suspeitas de fraude.

O ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal, anunciou, neste sábado, que Ailton de Aquino Santos, o diretor de Fiscalização do Banco Central, não está sob investigação em um inquérito que examina fraudes relacionadas ao Banco Master. Contudo, Toffoli manteve agendada para a próxima terça-feira a acareação entre os envolvidos, considerando que a participação do diretor é crucial para a elucidação dos fatos.

A decisão começou a partir de um pedido de esclarecimento do Banco Central ao ministro, que questionou o papel de Aquino no processo e a urgência da acareação, que ocorrerá durante o recesso do judiciário. Toffoli esclareceu que nem o Banco Central nem o seu diretor estão sujeitos às medidas já determinadas no inquérito, deixando claro que não estão na condição de investigados.

O ministro ressaltou a importância da participação da autoridade reguladora no esclarecimento das operações que estão sob a supervisão do Banco Central, dada a gravidade das suspeitas que rondam o sistema financeiro nacional. A urgência da audiência foi justificada não só pelo potencial impacto dessas suspeitas, mas também pela necessidade de confrontar os depoimentos com os documentos já em posse da investigação.

Aquino deve se preparar na segunda-feira para sua participação na acareação, onde irá confrontar Daniel Vorcaro, proprietário do Banco Master, e Paulo Henrique Costa, ex-presidente do Banco de Brasília (BRB), ambos investigados por fraudes em operações de venda de carteiras de crédito. A investigação se tornou ainda mais complexa e controvertida, levando o procurador-geral da República, Paulo Gonet, a solicitar a suspensão da audiência, alegando que a fase seria prematura. No entanto, Toffoli rejeitou essa solicitação.

O inquérito se intensificou após a prisão de Vorcaro e a subsequente liquidação do Banco Master, em meio a indícios de transações fraudulentas que podem ter atingido a cifra de R$ 12 bilhões. Desde o fim de novembro, Vorcaro foi solto, e sua defesa argumentou que o caso deveria ser reavaliado pelo STF, o que ocorreu em dezembro após novas evidências surgirem.

Toffoli e sua equipe investigativa buscam esclarecer se houve falhas na fiscalização por parte do Banco Central e quando exatamente as autoridades começaram a suspeitar das operações do Banco Master. O foco agora está em descobrir eventuais responsáveis e o momento em que medidas deveriam ter sido tomadas para evitar a crise que culminou na liquidação da instituição.