O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve anunciar nos próximos dias os dois novos ministros do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Entre os três nomes indicados para a vaga destinada ao Ministério Público está a procuradora Marluce Caldas, do Ministério Público de Alagoas.
Além de sua trajetória no MP, Marluce tem fortes ligações políticas: é tia do prefeito de Maceió, JHC (PL), irmã do ex-deputado federal João Caldas e cunhada da senadora Eudócia Caldas (PL). A lista tríplice, formada por votação secreta dos ministros do STJ, inclui ainda Sammy Barbosa Lopes, procurador de Justiça do Acre, e Carlos Frederico Santos, do Ministério Público Federal.
A candidatura de Marluce conta com apoio expressivo dentro do MP alagoano e de lideranças políticas, incluindo o deputado federal Paulão (PT), que já declarou ser favorável à sua nomeação. Nos bastidores, a família Caldas, especialmente JHC e João Caldas, vem articulando sua indicação em Brasília.
A proximidade recente do prefeito de Maceió com Lula também pesa na equação. JHC tem comparecido a eventos do PT, incluindo posse de ministros e até festas de aniversário, em um movimento que pode indicar uma aproximação estratégica com o governo federal.
Outro fator que influenciava a nomeação era a posição do grupo de Renan Calheiros. Um possível veto do senador e de seu filho, o ministro dos Transportes, Renan Filho, poderia inviabilizar a escolha de Marluce. No entanto, os gestos recentes entre os Calheiros e JHC sinalizam que esse entrave deixou de existir.
Se confirmada, a indicação de Marluce Caldas ao STJ pode revelar um acordo entre JHC e o entorno de Lula ou mesmo uma reconfiguração política em Alagoas. Especula-se que o prefeito de Maceió possa deixar o PL para migrar para um partido da base governista – mas essa é uma outra história.
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