Para além das críticas direcionadas à Rússia, Zelensky expressou ceticismo quanto ao envolvimento de outras nações, como Brasil e China, que têm se posicionado como potenciais intermediários na busca por uma resolução pacífica do conflito. “Vocês não aumentarão seus poderes à custa da Ucrânia. Os planos alternativos para acabar com a guerra na Ucrânia só dão mais espaço político para que a Rússia continue com a guerra”, afirmou enfaticamente, referindo-se às tentativas de mediação desses países.
Desde o ano passado, o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, vem reiterando sua intenção de atuar como mediador em um diálogo pela paz entre Rússia e Ucrânia. No entanto, em maio de 2024, durante uma reunião em Kiev com o assessor especial para Assuntos Internacionais da Presidência, Celso Amorim, Zelensky deixou clara sua posição de que o único plano de paz viável é o proposto pela própria Ucrânia, descartando qualquer intenção de aceitar propostas alternativas, inclusive as oriundas do Brasil.
Em paralelo, o presidente chinês Xi Jinping também tem demonstrado interesse em mediar o conflito. Em abril, ele manteve uma conversa telefônica com Zelensky e apresentou uma proposta de paz. No entanto, semelhante ao que ocorreu com a iniciativa brasileira, a proposta chinesa não foi aceita pelo líder ucraniano.
Zelensky permanece firme em sua postura de não negociar com Moscou enquanto Vladimir Putin estiver no poder. O presidente ucraniano exige um cessar-fogo imediato como pré-requisito para qualquer talks futuros. Sua posição assertiva visa não apenas a proteção dos interesses ucranianos, mas também a insistência em que qualquer intervenção internacional respeite a integridade e a autodeterminação de sua nação. Assim, a Assembleia Geral da ONU testemunhou um Zelensky determinado e inflexível quanto à necessidade de uma solução que verdadeiramente coloque os interesses da Ucrânia em primeiro lugar.