A promotoria turca também aponta o governo israelense como responsável pelos bombardeios em massa na região, em conjunto com a obstrução da ajuda humanitária aos palestinos. Esse confronto verbal marca um ponto crítico nas relações entre Israel e Turquia, uma vez que foram partes de uma aliança durante os primeiros anos do século XXI, mas que se deterioraram ao longo dos anos, especialmente com o crescimento da influência de Erdogan na política regional.
Em 27 de outubro, o ministro das Relações Exteriores de Israel, Gideon Saar, já havia afirmado que a presença militar turca em Gaza seria completamente inviável, dadas as evidências da postura hostil de Ancara em relação ao Estado de Israel. A porta-voz do gabinete israelense, Shosh Bedrosian, reafirmou esse posicionamento, tornando clara a rejeição de qualquer tipo de cooperação com as forças turcas.
Neste cenário, destaca-se também o plano de estabilização de Gaza proposto pelo então presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que exclui a participação do Hamas na administração do território, alinhando-se com os interesses de Israel de eliminar o grupo tanto militar quanto politicamente. Em 10 de outubro, um acordo de cessar-fogo temporário entre Israel e o Hamas contribuiu para a libertação de 20 reféns israelenses, enquanto cerca de 2 mil prisioneiros palestinos foram liberados em contrapartida, um gesto que reflete a complexidade e a delicadeza das relações na região.
Essa dinâmica evidencia não apenas um aprofundamento das hostilidades entre Israel e Turquia, mas também um marco na política internacional em relação ao Oriente Médio, onde o conflito palestino continua sendo um ponto de tensão central. O discurso beligerante de ambos os lados sugere que um diálogo diplomático efetivo ainda está distante, colocando em risco esforços para uma paz duradoura na região.
