Tensão entre Israel e Turquia: Ministro de Defesa diz que Erdogan precisa de “binóculo” para ver Gaza em meio a conflitos diplomáticos.

Em uma recente troca de declarações intensas entre as autoridades israelenses e turcas, o ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, desferiu críticas contundentes ao presidente turco, Recep Tayyip Erdogan. Em um pronunciamento nas redes sociais, Katz afirmou que Erdogan “só poderá ver Gaza com binóculo”, subestimando a capacidade da Turquia de intervir no conflito que assola a região. Essa declaração surgiu em resposta a um aumento nas tensões diplomáticas, principalmente após a promotoria de Istambul emitir mandados de prisão contra o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, Katz e outros altos funcionárias israelenses. Eles enfrentam acusações de genocídio devido às ações de Israel na Faixa de Gaza.

A promotoria turca também aponta o governo israelense como responsável pelos bombardeios em massa na região, em conjunto com a obstrução da ajuda humanitária aos palestinos. Esse confronto verbal marca um ponto crítico nas relações entre Israel e Turquia, uma vez que foram partes de uma aliança durante os primeiros anos do século XXI, mas que se deterioraram ao longo dos anos, especialmente com o crescimento da influência de Erdogan na política regional.

Em 27 de outubro, o ministro das Relações Exteriores de Israel, Gideon Saar, já havia afirmado que a presença militar turca em Gaza seria completamente inviável, dadas as evidências da postura hostil de Ancara em relação ao Estado de Israel. A porta-voz do gabinete israelense, Shosh Bedrosian, reafirmou esse posicionamento, tornando clara a rejeição de qualquer tipo de cooperação com as forças turcas.

Neste cenário, destaca-se também o plano de estabilização de Gaza proposto pelo então presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que exclui a participação do Hamas na administração do território, alinhando-se com os interesses de Israel de eliminar o grupo tanto militar quanto politicamente. Em 10 de outubro, um acordo de cessar-fogo temporário entre Israel e o Hamas contribuiu para a libertação de 20 reféns israelenses, enquanto cerca de 2 mil prisioneiros palestinos foram liberados em contrapartida, um gesto que reflete a complexidade e a delicadeza das relações na região.

Essa dinâmica evidencia não apenas um aprofundamento das hostilidades entre Israel e Turquia, mas também um marco na política internacional em relação ao Oriente Médio, onde o conflito palestino continua sendo um ponto de tensão central. O discurso beligerante de ambos os lados sugere que um diálogo diplomático efetivo ainda está distante, colocando em risco esforços para uma paz duradoura na região.

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