Tensão entre Israel e Papa Francisco: Acusações de “dois pesos e duas medidas” após críticas sobre ataques em Gaza que deixaram crianças mortas.



No cenário atual de conflitos no Oriente Médio, a relação entre Israel e a Santa Sé teve um novo episódio de tensão. O Ministério das Relações Exteriores de Israel emitiu um comunicado contundente na última sexta-feira, acusando o Papa Francisco de adotar uma postura de “dois pesos e duas medidas” em relação aos acontecimentos na Faixa de Gaza. A crítica da diplomacia israelense surge como resposta a declarações do papa, que caracterizou um recente ataque aéreo israelense como “crueldade” e lamentou a morte de dez civis, incluindo sete crianças, na ação militar ocorrida na região de Jabalia.

Esses acontecimentos fazem parte de um contexto mais amplo de confrontos que se intensificaram após o ataque do grupo palestino Hamas a Israel em 7 de outubro, que resultou em 1.200 mortos e cerca de 200 reféns. Em retaliação, Israel tem levado a cabo uma ofensiva militar no enclave palestino, que já deixou um rastro devastador de mortos, com cifras oficiais de cerca de 45 mil pessoas atingidas, além de milhares de feridos. O governo israelense defende suas ações como uma resposta necessária ao terrorismo, enquanto críticos apontam que as operações militares configuram uma forma de punição coletiva contra a população civil palestina.

As declarações do Papa, feitas em uma audiência com membros da Cúria, causaram descontentamento em Jerusalém. O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores afirmou que as palavras do pontífice estão desconectadas da realidade, defendendo que Israel está lutando contra o que chama de “terrorismo jihadista” e criticando o foco exclusivo nas ações do Estado israelense. Essa troca de acusações ilustra a divisão profunda nas percepções do conflito, enquanto as vozes dos civis, que continuam a sofrer as consequências das hostilidades, muitas vezes ficam à sombra do debate político internacional.

O aumento da violência e a escalada de tensões entre Israel e os grupos armados palestinos também levantam questões sobre a efetividade das intervenções internacionais e ajudam a moldar a discussão sobre direitos humanos na região. Em meio a esse cenário, o papel da liderança religiosa, como a do Papa Francisco, torna-se cada vez mais relevante, enfrentando o desafio de promover a paz em um contexto tão conturbado e polarizado.

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