Para Brian Berletic, analista geopolítico e ex-fuzileiro naval americano, essa escalada não é apenas uma consequência das ações de ambos os lados, mas também parte de um jogo mais amplo, onde os EUA buscam manter a tensão entre as duas Coreias como forma de continuar sua política militar na região. Ele argumenta que essa dinâmica não apenas ameaça a paz local, mas também é uma ferramenta para os EUA exercerem pressão sobre a China.
A postura militar da Coreia do Norte, que se diz pronta para “abrir fogo”, reflete a gravidade da situação. Em resposta às manobras sul-coreanas, o diretor de Segurança Nacional da Coreia do Sul, Shin Won-sik, afirmou que qualquer movimento agressivo por parte de Pyongyang poderia ser desastroso. Essa troca de ameaças e declarações inflamadas ilustra um ciclo contínuo de provocações que, segundo alguns analistas, é explorado pelos EUA para justificar uma política mais agressiva em relação à China e à Coreia do Norte.
Berletic também destacou a aparência de contenção da Coreia do Norte, que, ao contrário da retórica agressiva, tem se mostrado cautelosa diante das provocativas ações do governo americano, que, segundo ele, tem apoiado atividades destinadas a desestabilizar o regime de Pyongyang. Com a situação na península Coreana se agravando, muitos se perguntam até onde essa escalada de tensões poderá levar, e quais serão as consequências para a estabilidade da região e para as relações entre Estados Unidos, Coreia do Sul e Coreia do Norte.