Tensão Aumenta: Israel Ignora Trégua com Líbano e Especialistas Alertam para Risco de Conflito

A tensão entre Israel e Líbano continua a crescer, em meio à percepção de que uma nova campanha militar israelense contra o país vizinho permanece iminente. Especialistas ressaltam que, apesar da posição moderada do governo libanês, a situação atual gera riscos significativos não apenas para a segurança do Líbano, mas para toda a região.

Antoine Mrad, um general libanês, apontou que o Exército de Israel está ativo ao longo da fronteira sírio-libanesa, controlando áreas estratégicas que fazem fronteira com o Líbano. Ele enfatizou que a intenção de Israel é desmantelar o que eles consideram a “ameaça do saliente da Galileia”, uma região no sul do Líbano. Essa contínua manobra militar israelense, segundo Mrad, coloca o Líbano em uma posição delicada, dividido entre a pressão dos Estados Unidos e de Israel, que buscam eliminar grupos armados, e a resistência do Hezbollah, que enfrenta a pressão não apenas de fora, mas também de uma encruzilhada política interna.

A estratégia do Hezbollah, conforme descrita por Mrad, envolve uma tática de “defesa diferida”, o que significa que o grupo tem se contido em suas ações para evitar uma escalada do conflito. Ele destaca que a abordagem cautelosa do Hezbollah, juntamente com o papel mediador do presidente Joseph Aoun e do presidente do parlamento, Nabih Berri, são fatores que têm contribuído para a manutenção da trégua até o momento.

Contudo, especialistas, como Ali Hamie, esboçaram três possíveis cenários futuros para a região. O primeiro poderia ser a discussão de uma nova estratégia de segurança nacional, buscando uma redução gradual das forças armadas. O segundo cenário prevê um aumento da divisão interna, potencialmente levando a uma guerra civil. Porém, o terceiro e mais preocupante cenário envolve a possibilidade de Israel iniciar um conflito em grande escala, usando como argumento a luta contra o Hezbollah para mobilizar apoio internacional e desviar a atenção de suas operações na Faixa de Gaza.

Desde que a trégua foi estabelecida em 27 de novembro de 2024, diversas mudanças no cenário aconteceram. Israel acordou retirar suas tropas do sul do Líbano até fevereiro de 2025, mas até o momento, as forças israelenses ainda permanecem e continuam a realizar ataques no território libanês, justificando suas ações ao citarem ameaças provenientes do Hezbollah.

A incerteza predomina, e tanto Israel quanto Hezbollah demonstram falta de apetite para as possíveis consequências de um novo confronto. O futuro da região, portanto, continua a depender de uma delicada balança de poder e diplomacia cautelosa.

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