Tenente-coronel Mauro Cid é visto em Brasília após fechar delação premiada com Polícia Federal e deixar prisão

Na tarde desta segunda-feira, o tenente-coronel Mauro Cid foi visto circulando por Brasília pela primeira vez desde que fechou uma delação premiada com a Polícia Federal e deixou a prisão, onde esteve durante quatro meses. Acompanhado pela sua mulher, Gabriela Cid, o ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro saiu de sua residência no Setor Militar Urbano por volta das 13h30.

Essa aparição de Cid traz consequências importantes para as Forças Armadas, que veem uma oportunidade de esclarecimento e de pôr fim ao clima de suspeita que pairava sobre os militares. Além disso, desperta curiosidade sobre quem será o último auxiliar de Bolsonaro a permanecer preso, já que tanto Cid quanto Max Guilherme foram liberados.

A saída de Cid de sua residência foi permitida pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que estabeleceu algumas restrições. O tenente-coronel está impedido de deixar sua casa no período noturno e nos finais de semana, além de estar proibido de manter contato com outros investigados, com exceção de sua mulher, filha e pai, que também são alvos de inquéritos. Cid deve comparecer à Justiça todas as segundas-feiras.

Durante o passeio, Cid visitou um conhecido em um prédio a oito quilômetros de distância de sua residência. Esse edifício abriga apartamentos funcionais destinados a militares. Sobre sua rotina após deixar a prisão e assinar o acordo de delação premiada, o tenente-coronel foi econômico em suas palavras, afirmando apenas que “está tudo tranquilo”.

Cid, que agora usa uma tornozeleira eletrônica, vestia calça jeans e camisa polo azul durante o encontro com seu conhecido. Após cerca de vinte minutos de conversa sob uma árvore, ele retornou para casa.

A residência de Cid, onde vive com sua família, é bancada pelo Exército e está localizada em uma região reservada aos militares, com áreas verdes, praças, escolas e academias, e vigilância de soldados 24 horas nas guaritas de cada quadra.

Com a determinação de Moraes, o tenente-coronel foi afastado de suas funções no Exército, mas continuará recebendo seu salário de aproximadamente R$ 27 mil. A expectativa dos investigadores é que a delação de Cid contribua em pelo menos três investigações: o suposto esquema de venda irregular de joias, a inserção de dados falsos em cartões de vacinação e as tratativas que resultaram em uma minuta golpista.

Mauro Cid está sujeito a diversas condições estabelecidas por Moraes para sua soltura, entre elas a proibição de deixar Brasília e o recolhimento domiciliar com o uso de tornozeleira eletrônica durante o período noturno e nos finais de semana. Ele também é obrigado a se apresentar semanalmente à Justiça, entregou seus passaportes, está com o porte de arma suspenso, não pode usar redes sociais e só pode se comunicar com sua mulher, pai e filha, os únicos exceções dentre os investigados.

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