Tendência de crescimento de casos de SRAG associadas ao covid-19 em alguns estados preocupa autoridades de saúde em 2024.

Na última quinta-feira, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) divulgou a nova edição do boletim semanal Infogripe, trazendo dados preocupantes sobre a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) associada ao covid-19 em diversos estados do país. O estado do Ceará foi destacado, onde já havia sido indicado um cenário de crescimento dessas ocorrências na edição anterior.

Além do Ceará, há uma tendência de aumento de casos de SRAG associados ao covid-19 em Minas Gerais, Sergipe e Rondônia, assim como no Distrito Federal. Esses casos têm afetado principalmente pacientes idosos, que são mais vulneráveis aos efeitos adversos da infecção pelo coronavírus.

O boletim também registra um aumento de ocorrências de SRAG entre crianças e adolescentes em algumas unidades federativas, como Acre, Distrito Federal, Minas Gerais e Sergipe, associado principalmente ao rinovírus. Os dados analisados são referentes à semana epidemiológica que vai de 8 a 14 de dezembro.

A SRAG é uma complicação respiratória que requer hospitalização e está muitas vezes ligada ao agravamento de infecções virais. Os pacientes afetados podem apresentar desconforto respiratório, queda na saturação de oxigênio, entre outros sintomas.

Considerando as últimas quatro semanas epidemiológicas analisadas, a covid-19 esteve relacionada a 31,1% dos casos de SRAG com resultado positivo para infecções virais, sendo o rinovírus responsável por 38,6% dos casos. Em relação às mortes decorrentes de SRAG, 63,6% estavam associadas ao covid-19, principalmente em idosos.

Ao todo, o Brasil já registrou em 2024 um total de 78.739 casos de SRAG com resultado laboratorial positivo para algum vírus respiratório, sendo influenza A, influenza B, covid-19, rinovírus e VSR os principais vírus identificados. A Fiocruz sinaliza para uma tendência de aumento de casos de SRAG em nível nacional, com diferentes estados apresentando crescimento tanto a longo como a curto prazo.

Diante desse cenário, a pesquisadora Tatiana Portella destaca que o país viveu duas ondas importantes de covid-19 em 2024, com redução de aproximadamente 40% nos casos de SRAG associados ao vírus em comparação com o ano anterior. No entanto, ela alerta para o crescimento das ocorrências no final do ano e ressalta a importância de manter cuidados preventivos, como o uso de máscaras e priorização de ambientes arejados, especialmente diante do aumento de casos de covid-19 em algumas regiões do país.