Teerã Rejeita Relatório da AIEA por Considerá-lo Politizado e Contra Princípios de Imparcialidade na Questão Nuclear

Em meio a tensões crescentes, o Ministério das Relações Exteriores do Irã expressou sua indignação com um recente relatório da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), considerando-o politizado e contrário ao princípio da imparcialidade. O comunicado emitido neste sábado, 31 de maio de 2025, destaca que a República Islâmica vê o relatório como resultado de pressões políticas exercidas sobre a agência internacional.

De acordo com a AIEA, o Irã teria intensificado sua produção de urânio enriquecido para níveis de 60% e sua cooperação com a agência foi classificada como “insatisfatória”. Essa afirmação desencadeou uma forte reação de Teerã, que reiterou sua posição de não possuir interesse em desenvolver armas nucleares. A administração iraniana enfatizou que não existem restrições internacionais ao seu direito de desenvolver um programa nuclear pacífico.

O relatório foi descrito como um pretexto para criar um clima hostil contra o Irã, alegando que outros países, como Israel, que não são signatários do Tratado de Não Proliferação (TNP), mantêm arsenais nucleares enquanto ameaçam o Irã, que é um membro do tratado. Essa crítica ressalta a complexidade do panorama geopolítico atual, onde o Irã continua a procurar a legitimação de suas atividades nucleares pacíficas, mesmo diante de pressões internacionais.

Em questão de diplomacia, o Irã e os Estados Unidos estão em negociação para um novo acordo nuclear, depois que o acordo anterior, assinado com seis potências mundiais, foi desfeito durante a presidência de Donald Trump em 2018. Desde então, Teerã tem reduzido gradativamente seus compromissos dentro do que era estipulado, complicando ainda mais o cenário.

Os EUA, com setores da política externa clamando por uma postura mais rígida, incluem figuras proeminentes que aventam a possibilidade de ações militares contra instalações nucleares iranianas, tornando o diálogo ainda mais desafiador. A última rodada de negociações, mediada por Omã, aconteceu em Roma no final de maio, e o ministro iraniano, Abbas Araghchi, mantém a esperança de que avanços sejam possíveis nas próximas discussões.

Esses desdobramentos apenas aumentam a preocupação e a incerteza sobre o futuro dos esforços em busca de uma solução diplomática para a questão nuclear no Oriente Médio. A resposta de Teerã, juntamente com as ações da AIEA e a postura dos EUA, estão em constante evolução, moldando um panorama internacional delicado e imprevisível.

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