Esse novo ciclo de diálogo ocorre em um contexto marcado por tensões intensificadas na região, exacerbadas por recentes ataques militares de Israel ao território iraniano, que se intensificaram nos últimos dois meses. Essas ações militares resultaram em destruições significativas, e houve relatos de bombardeios realizados diretamente pelos Estados Unidos contra centros ligados ao programa nuclear iraniano.
Como resposta a esses eventos, o Irã decidiu suspender temporariamente sua colaboração com a AIEA, organismo da ONU responsável por monitorar as atividades nucleares em países signatários do Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP), ao qual o Irã está vinculado, ao contrário de Israel. Essa decisão foi retratada pelo governo iraniano como uma defesa de sua soberania e uma contestação às ações que consideram violadoras de acordos internacionais.
A visita do representante da AIEA pode ser interpretada como um sinal encorajador de que o Irã está disposto a dialogar e promover a transparência, contanto que isso ocorra em um ambiente de respeito mútuo e consideração por sua soberania nacional. No final de julho, o Ministério das Relações Exteriores do Irã já havia anunciado que uma delegação da AIEA visitaria o país para discutir a possibilidade de um novo formato de cooperação.
Entretanto, foi também esclarecido que esse grupo apenas manterá discussões com autoridades e especialistas iranianos e não terá acesso físico às instalações nucleares para supervisões ou inspeções. O parlamentar Azizi informou que a AIEA e qualquer outra organização estrangeira estão vetadas de entrar nas instalações nucleares do Irã.
Por sua vez, o diretor-geral da AIEA, Rafael Grossi, mencionou anteriormente que o Irã havia expressado sua disposição para retomar as consultas técnicas. Nos últimos dias, o presidente iraniano Masoud Pezeshkian emitiu um decreto que suspendeu a cooperação do país com a AIEA, deixando claro que a situação permanece delicada. A movimentação atual entre Teerã e a AIEA será crucial para os desdobramentos futuros das relações nucleares e diplomáticas na região.