O TDAH é caracterizado por desatenção, impulsividade e hiperatividade, afetando não apenas crianças, mas também adolescentes e adultos. Essa condição neurobiológica pode causar impacto significativo no desempenho acadêmico, profissional e nas relações interpessoais, ressaltando a importância de um diagnóstico precoce e preciso. Sem tratamento adequado, pessoas com TDAH estão em risco de desenvolver problemas como ansiedade, depressão e baixa autoestima.
Os resultados da pesquisa indicaram que indivíduos com traços mais marcantes do TDAH, como dificuldade de concentração e impulsividade, tendem a experimentar uma maior frequência de divagação mental. Esta condição foi subdividida em dois tipos: a divagação espontânea, que ocorre sem controle, e a deliberada, onde a pessoa conscientemente permite que seus pensamentos flutuem livremente.
Os pesquisadores utilizaram testes padronizados para medir a criatividade, pedindo aos participantes que identificassem novos usos para objetos cotidianos. Os dados mostram que aqueles com características mais intensas de TDAH alcançaram pontuações superiores em criatividade, particularmente quando a divagação mental era deliberada. Fang observa que essa forma de divagação pode, em determinados contextos, atuar como uma fonte de originalidade, auxiliando indivíduos a transformarem pensamentos dispersos em ideias inovadoras.
Esses achados podem ter implicações significativas para a psicoeducação e tratamento de pessoas com TDAH. Os pesquisadores sugerem que programas que ensinem essas pessoas a canalizar suas ideias espontâneas em resultados criativos poderiam aumentar seu potencial expressivo. Além disso, intervenções baseadas em mindfulness, adaptadas para lidar com o TDAH, podem ser eficazes em minimizar a divagação espontânea e focar melhor os pensamentos, criando um equilíbrio entre criatividade e concentração.
Com isso, a pesquisa abre novas possibilidades para compreender como o TDAH, muitas vezes visto sob uma luz negativa, também pode oferecer um caminho para a expressão criativa e inovação. A aplicação desses conhecimentos nas áreas de educação e saúde mental pode contribuir para um tratamento mais eficaz e uma abordagem mais positiva em relação ao TDAH.