Tarifas de água da Águas do Rio vão aumentar até 15,89% em 27 cidades a partir de dezembro; concessionária menciona possível revisão do ajuste até lá.

A partir de 1º de dezembro, as tarifas de água da Águas do Rio sofrerão um aumento significativo, afetando 27 cidades no estado. Os reajustes foram definidos em 10,97% para a primeira categoria de locais e em 15,89% para a quarta, abrangendo áreas da capital e municípios adjacentes. Esta ação impactará cerca de 10 milhões de habitantes atendidos pela concessionária, que se defende ao afirmar que os índices altos se justificam pela necessidade de compensar perdas financeiras decorrentes de um acordo previamente estabelecido com a Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro (Cedae).

O aumento das tarifas decorre da suspensão de um contrato que oferecia um desconto de 24% na compra de água, acordado em 3 de outubro, mas já invalidado por decisão do Tribunal de Contas do Estado (TCE-RJ). A concessionária indicou que, caso haja uma reconsideração sobre essa decisão até dezembro, pode haver uma diminuição no reajuste anunciado.

A Águas do Rio enfatiza a sua responsabilidade social, afirmando que parte de seus ganhos será utilizada para ajudar comunidades mais necessitadas, em conformidade com o Marco Legal do Saneamento. Desde 2021, a empresa já investiu R$ 5,1 bilhões, ampliando a cobertura de serviços e melhorando a qualidade da água fornecida a milhões de pessoas.

O histórico da situação revela que divergências nos dados de cobertura de esgoto, conforme relatórios da Águas do Rio, contribuíram para a necessidade do acordo com a Cedae. Por exemplo, técnicos da concessionária descobriram que algumas localidades apresentavam uma cobertura de esgoto muito abaixo do esperado, como Magé, onde a expectativa era de 40%, mas o índice real era de 0%. A questão levou a um reconhecimento por parte do governo e da Cedae sobre a necessidade de compensação financeira, estimada em R$ 900 milhões.

Recentemente, o TCE-RJ decidiu suspender o acordo que havia sido celebrado, criando um cenário de incerteza tanto para a concessionária quanto para os consumidores. A questão deve ser avaliada mais detalhadamente pelo tribunal, que já pediu informações aos envolvidos para esclarecer as responsabilidades e possíveis irregularidades no processo de concessão. O cenário atual levantou críticas e questionamentos sobre a gestão de informações e a responsabilidade das entidades envolvidas, enquanto os consumidores se preparam para um aumento nos custos de um bem essencial.

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