O tarifaço, descrito pelo governo brasileiro como uma manobra de caráter político, foi motivado, entre outros fatores, por alegações de Trump de uma disputa política que remetem ao ex-presidente Jair Bolsonaro, que está sendo julgado no Supremo Tribunal Federal (STF) por supostas tentativas de golpe de Estado. Bolsonaro e outros réus se encontram à espera de decisões judiciais, enquanto o clima político se intensifica.
Em termos financeiros, às 9h10, a moeda americana registrava uma leve alta de 0,03%, sendo negociada a R$ 5,508. No dia anterior, o dólar havia fechado em R$ 5,506, com uma leve queda de 0,01%. Ao longo de agosto, houve um recuo de 1,69%, mas um aumento de 10,9% ao longo de 2025 em comparação ao real.
Por sua vez, o Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores do Brasil, iniciou suas negociações após o fechamento do seu pregão anterior em alta de 0,14%, atingindo 133 mil pontos. Desta forma, a Bolsa brasileira acumula uma alta moderada de 0,06% neste mês e um crescimento de 10,7% em 2025.
As novas tarifas impostas pelos EUA tiveram início nesta quarta-feira, após uma ordem executiva assinada por Trump em 30 de julho. Nela, o Brasil foi rotulado como um risco à segurança nacional, justificando assim a elevação das tarifas. Esta taxa representa um acréscimo de 40% sobre os atuais 10%, culminando em uma severa penalização comercial.
Durante o último ano, as importações brasileiras dos EUA totalizaram US$ 40,6 bilhões, enquanto as exportações brasileiras para o mercado americano somaram US$ 40,4 bilhões, resultando em um déficit de comércio de US$ 200 milhões. Entre os produtos mais importados pelo Brasil estão motores e máquinas, combustíveis e aeronaves.
Embora Trump tenha implementado a tarifa de 50%, não todos os produtos foram afetados. A lista mencionada pela Casa Branca exclui itens como suco de laranja, minérios de ferro e componentes aeronáuticos, essenciais para empresas como a Embraer. No entanto, produtos como café e carnes, populares no paladar norte-americano, não se encontram entre as isenções.
Diante desse cenário adverso, o governo brasileiro está preparando um plano de contingência para minimizar os impactos econômicos do tarifaço. O vice-presidente Geraldo Alckmin destacou que as medidas serão personalizadas, levando em conta as características de cada setor afetado. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem trabalhado nas últimas horas para finalizar esse pacote que, segundo Alckmin, incluirá linhas de crédito e estratégias de compras governamentais. O anúncio das medidas é aguardado para ainda nesta quarta-feira.