Recentemente, o presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou um aumento de tarifas de até 50% sobre diversos produtos brasileiros. Embora 694 itens brasileiros tenham sido isentos dessa nova taxação, muitas commodities do setor de alumínio, como bauxita e óxido de alumínio, não estão entre os produtos beneficiados. Essa situação resulta em uma expectativa de perda significativa, especialmente se a implementação da tarifa se concretizar como planejado, em 6 de agosto.
A Abal destaca que mesmo entre os produtos isentos, a alumina, essencial para a produção de alumínio primário, será um fator crítico. Entretanto, a imposição de tarifas sobre outros insumos pode inviabilizar o acesso de diversos produtos ao mercado norte-americano. O impacto, segundo a associação, é amplo e já visível: as exportações de alumínio do Brasil para os EUA caíram 28% no primeiro semestre deste ano, em relação ao mesmo período do ano passado.
O governo dos Estados Unidos justifica essas retaliações econômicas como uma resposta a ações do Brasil que, segundo eles, prejudicaram interesses comerciais e políticos americanos. Entre as razões citadas estão eventos políticos internos, como o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e decisões do Supremo Tribunal Federal do Brasil que tangenciam a regulação de plataformas de mídia social.
Além disso, os Estados Unidos permaneceram um dos principais destinos para as exportações de alumínio brasileiro, ocupando o terceiro lugar na lista de importadores, atrás de Canadá e Noruega. Em 2022, as vendas desse segmento ao mercado norte-americano representaram 14,2% das exportações totais do setor, gerando um montante significativo que, agora, se vê ameaçado por essas novas tarifas.
A Abal manifestou sua preocupação, afirmando que a escalada das tarifas pode não apenas afetar o setor de alumínio, mas também impactar toda a cadeia produtiva regional, levando a desequilíbrios que podem comprometer o abastecimento e a previsibilidade nas operações industriais nos países envolvidos. A situação exige atenção redobrada, não apenas das autoridades, mas também dos stakeholders do setor que dependem do mercado externo para manter suas operações viáveis e sustentáveis.