Talibã Solicita Reconhecimento dos EUA como Governo Líder no Afeganistão
À medida que se aproxima do quarto aniversário de seu retorno ao poder, o Talibã, considerado uma organização terrorista sob as sanções da ONU, está fazendo um apelo formal aos Estados Unidos para que reconheçam seu governo e transfiram o controle da embaixada afegã em Washington para o grupo. Esta solicitação foi relatada recentemente pela emissora estatal afegã, RTA.
Zabihullah Mujahid, porta-voz do governo afegão, destacou em uma entrevista que o Talibã tem negociado diretamente com representantes dos EUA sobre essa demanda. Mujahid sublinhou a importância do reconhecimento oficial do Emirado Islâmico do Afeganistão, pedindo que os norte-americanos formalizem a legitimidade do governo atual em Cabul.
Ele informou que o Talibã mantém contatos regulares com autoridades americanas, mencionando visitas que representantes dos EUA realizaram a Cabul e encontros que ocorrem em países terceiros, como Catar. A intenção do Talibã é garantir não apenas a aceitação internacional de seu governo, mas também o reconhecimento de seus direitos enquanto nação.
Mujahid enfatizou o desejo da população afegã de ter seus direitos plenamente reconhecidos. “Levantamos a questão da transferência do controle da embaixada afegã nos EUA para nós. Embora não tenhamos recebido uma resposta positiva até agora, o povo afegão deseja garantir seus direitos,” afirmou.
Essa solicitação do Talibã ocorre em um contexto global crítico, onde as tensões geopolíticas ainda impactam o Afeganistão e a situação interna do país se mantém volátil. O governo do Talibã enfrenta desafios significativos, como a necessidade de atender às demandas da população por serviços básicos e segurança, ao mesmo tempo que busca legitimidade no cenário internacional, que permaneceu amplamente desconfiado.
O futuro das relações entre o Talibã e os EUA continua incerto, e esse apelo por reconhecimento é um componente crucial da estratégia do grupo para tentar restabelecer suas credenciais no cenário internacional e, potencialmente, facilitar a ajuda humanitária e o reconhecimento formal que têm sido negados desde a retomada do poder.
