Em uma entrevista à BBC de Londres, Safia Arefi, diretora da organização afegã Women’s Window of Hope, expressou sua consternação com o anúncio, destacando que as mulheres afegãs estão revivendo os dias sombrios do regime talibã dos anos 1990. Ela ressaltou a falta de apoio para proteger as mulheres das punições cruéis impostas pelo Talibã, enquanto a comunidade internacional permanece em silêncio diante das violações dos direitos humanos.
O líder supremo do Talibã, Hibatullah Akhundzada, justificou as punições em nome de sua interpretação da Sharia, desafiando os princípios democráticos e os direitos das mulheres. Ativistas de direitos humanos, como Samira Hamidi, da Anistia Internacional, condenaram veementemente tais medidas, chamando-as de uma violação flagrante das leis internacionais de direitos humanos.
Segundo a Afghan Witness, no ano passado, juízes nomeados pelo Talibã ordenaram centenas de açoites e execuções públicas, incluindo mulheres. Esses atos de brutalidade têm sido justificados pelo Talibã como forma de combater influências ocidentais.
Para Sahar Fetrat, pesquisadora afegã da Human Rights Watch, o Talibã está mais audacioso do que nunca em impor suas políticas draconianas, sem enfrentar consequências pelo abuso de poder. Ela alertou que, se não houver intervenção, mais atrocidades virão.
Desde que assumiu o poder em agosto de 2021, o Talibã tem desmantelado os direitos e proteções das mulheres no Afeganistão, adotando uma interpretação rígida e fundamentalista da Sharia. Advogadas e juízas foram proibidas e visadas pelo grupo, que busca impor sua visão extremista sobre o país.
Diante desse cenário sombrio, grupos de direitos humanos e ativistas continuam sua luta para proteger as mulheres afegãs e expor as violações dos direitos humanos cometidas pelo Talibã. A pressão sobre a comunidade internacional para agir contra tais atrocidades só aumenta, à medida que a situação das mulheres no Afeganistão se torna cada vez mais precária sob o regime fundamentalista do Talibã.