Supremo Tribunal Federal decide liberar ex-ministro Gilson Machado, que deve cumprir medidas cautelares após prisão por suspeita de ligação em trama golpista.

O ex-ministro Gilson Machado, que liderou a pasta do Turismo durante a gestão de Jair Bolsonaro, teve sua liberdade concedida pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A decisão ocorre após a prisão de Machado, que foi detido na manhã da última sexta-feira, no Recife, sob a acusação de tentar emitir um passaporte português para Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Bolsonaro. Cid é um dos delatores nas investigações que investigam uma suposta trama golpista que envolveu o governo anterior.

Após a ordem de soltura, o advogado de Gilson Machado, Célio Avelino, confirmou que o mandado já havia sido expedido e que o ex-ministro deve ser libertado nas próximas horas. No entanto, a libertação não é irrestrita. Em vez disso, Gilson Machado terá que cumprir uma série de medidas cautelares. Entre essas medidas, ele deverá se apresentar periodicamente à Justiça, o que inclui a proibição de sair do país, o cancelamento de seu passaporte e a restrição ao contato com outros investigados no caso.

Nesta mesma manhã em que Machado foi preso, Mauro Cid prestou depoimento à Polícia Federal e negou que tivesse qualquer intenção de deixar o Brasil. Contudo, as investigações revelaram que sua família já havia embarcado para os Estados Unidos no mês anterior. Em uma audiência anterior, Moraes havia solicitado explicações de Cid sobre o processo de solicitação de cidadania portuguesa, que foi iniciado em janeiro deste ano, logo após os ataques de 8 de janeiro.

O advogado de Cid, Cesar Bittencourt, esclareceu que o pedido de cidadania foi feito para incluir a família, que já possuía o status de cidadãos portugueses. Ele ressaltou que a carteira de identidade portuguesa, emitida e enviada em 2024, é um documento que confere apenas identificação no país, sem implicações relativas à intenção de deixar o Brasil.

Esses acontecimentos marcam mais um capítulo nas investigações sobre ações que podem ameaçar a democracia brasileira, com antigos membros da administração Bolsonaro sob intenso escrutínio.

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