Supremo discutirá questões de transparência na intervenção federal no Rio de Janeiro ocorrida em 2018 em julgamento virtual.

Nesta sexta-feira (24), teve início um julgamento virtual no Supremo Tribunal Federal (STF) que irá discutir questões de transparência relacionadas à intervenção federal na segurança pública do Rio de Janeiro em 2018. O caso será analisado pelos cinco ministros da Segunda Turma do STF, que terão até o dia 4 de junho para apresentar seus votos.

A intervenção federal foi decretada pelo então presidente Michel Temer e durou de fevereiro a dezembro de 2018. A ação foi movida pelo Ministério Público Federal (MPF) em 2021, alegando omissões da União e do estado do Rio de Janeiro em relação à transparência e prestação de contas durante o período da intervenção, especialmente nas ações ocorridas na Baixada Fluminense.

A intervenção foi uma resposta a uma série de episódios violentos na capital fluminense, ocorridos logo após o Carnaval, que levaram o governador à época, Luiz Fernando Pezão, a admitir falhas no planejamento da segurança pública. Foi a primeira vez no país que o Artigo 34 da Constituição de 1988 foi acionado, permitindo a intervenção federal.

Durante a intervenção, o general Walter Braga Netto foi nomeado interventor e ficou responsável pela segurança pública no estado, incluindo a Polícia Militar, Polícia Civil e Corpo de Bombeiros. O MPF pediu relatórios detalhados sobre as medidas adotadas e queria informações sobre o planejamento das políticas públicas de segurança após o término da intervenção.

O STF recebeu um recurso especial do MPF após a decisão de segunda instância rejeitar os pedidos do órgão. O ministro Nunes Marques manteve a sentença, argumentando que os pedidos do MPF exigiriam que o Judiciário assumisse funções do Executivo. Agora, a decisão final caberá à Segunda Turma do STF.

Na ação, o MPF alega que a intervenção federal deixou questões em aberto e violou direitos fundamentais previstos na Constituição. O estado do Rio de Janeiro sustentou que reduziu os índices de criminalidade após a intervenção e a União afirmou que houve transparência e atenção às demandas sociais durante o período.

O julgamento virtual no STF é aguardado com expectativa, pois pode trazer esclarecimentos importantes sobre a transparência e prestação de contas durante intervenções federais na segurança pública. A decisão da Segunda Turma terá impacto não apenas no caso do Rio de Janeiro, mas também poderá estabelecer precedentes para futuras intervenções em outros estados do país.

Sair da versão mobile