Em julho, um tribunal federal havia concedido uma liminar temporária que impedia a implementação da ordem executiva do governo Trump, que visava restringir a cidadania automática concedida a crianças nascidas no país. Essa decisão judicial funciona como uma resposta a uma proposta amplamente debatida que foi, em grande parte, motivada por preocupações sobre imigração e o que o governo considera um uso indevido da cidadania americana.
A administração Trump argumenta que a interpretação tradicional da cidadania por nascimento está “equivocada” e que os efeitos dessa visão são “destrutivos”. O procurador-geral D. John Sauer expressou ao tribunal que as decisões judiciais que barram a política desejada pelo governo têm comprometido a segurança das fronteiras do país e resultado na concessão injustificada do status de cidadão a centenas de milhares de indivíduos que, segundo ele, não estariam qualificados para tal.
O decreto, assinado em janeiro, estabelece que filhos de não cidadãos, inclusive aqueles com vistos temporários, não teriam direito automático à cidadania americana ao nascer. Assim, crianças cujos pais estejam ilegalmente no país ou que não sejam residentes permanentes perderiam essa proteção.
A situação se complica ainda mais com uma decisão da própria Suprema Corte, proferida em junho, que havia limitado o poder dos juízes federais de barrar as ordens executivas do presidente. Contudo, mesmo assim, tribunais inferiores continuaram a emitir liminares em resposta a ações coletivas que contestavam essa norma, gerando uma confusão jurídica sobre o que significa realmente a cidadania por direito de nascimento.
Essa questão levanta preocupações não apenas sobre a política de imigração, mas também sobre os valores fundamentais que definem a identidade americana. A expectativa agora é que a Suprema Corte tome uma posição clara e decisiva sobre esse tema que, sem dúvida, tem implicações profundas para a sociedade.