Suprema Corte do Irã anula pena de morte de ativista pelos direitos das mulheres e trabalhadores após novo julgamento.

A ativista iraniana Sharifeh Mohammadi teve sua sentença de morte anulada pela Suprema Corte do Irã, que ordenou a realização de um novo julgamento em seu processo. A notícia foi divulgada pelo advogado da ativista, Amir Raisian, e repercutiu no jornal reformista Shargh no último sábado. Mohammadi foi acusada de ser membro do partido Kamala, um grupo separatista curdo que as autoridades iranianas consideram como uma organização terrorista.

O caso de Mohammadi chamou atenção devido ao seu ativismo em prol dos direitos das mulheres e dos trabalhadores, além de sua posição contrária à pena de morte. A ativista era membro de um comitê de trabalhadores em um país onde os sindicatos são proibidos. A Anistia Internacional destacou a injustiça do julgamento de Mohammadi, suas denúncias de tortura e maus-tratos que nunca foram investigadas.

A situação no Irã se tornou mais tensa após a morte da jovem curda Jina Mahsa Amini, que estava sob custódia da polícia da moralidade. Amini foi presa por supostamente não obedecer o código de vestuário imposto às mulheres iranianas, o que gerou protestos em várias partes do país. Diversas pessoas foram condenadas à morte por envolvimento nas manifestações.

O Irã, historicamente, tem sido palco de tensões políticas e sociais, com a questão curda sendo um dos principais pontos de conflito. Grupos curdos iranianos exilados no Iraque são frequentemente acusados de instigar instabilidade no país. A decisão da Suprema Corte em anular a sentença de morte de Mohammadi pode representar um avanço na busca por justiça e respeito aos direitos humanos no Irã.

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