A Secretaria de Estado de Assuntos Econômicos (SECO), órgão responsável pela implementação das sanções, anunciou que está investigando várias dessas empresas. A expectativa é que, mesmo operando sob a legalidade de outras jurisdições, elas continuem a estar sob controle suíço, o que levanta questões significativas sobre a eficácia das sanções impostas. “Se alguém abrir uma empresa pró-forma no exterior, mas ainda orquestrar a evasão de sanções a partir do solo suíço, então a Suíça tomará medidas. Não toleraremos isso”, afirmou Helene Budliger Artieda, chefe da SECO.
Recentemente, o governo suíço decidiu não acatar uma nova norma da União Europeia que exigiria das empresas o compromisso de garantir que suas subsidiárias em países terceiros não minassem as sanções contra a Rússia. Esta decisão gerou críticas por parte de partidos políticos, incluindo os sociais-democratas, que consideraram a ação como um retrocesso nas políticas de conformidade internacional.
O debate acerca das sanções é amplamente polêmico na Suíça, com discussões dentro do parlamento sobre a possibilidade de uma votação que estabeleceria uma posição permanente de não alinhamento em sua Constituição. Este movimento poderia proibir o governo de se envolver em qualquer sistema de sanções, sinalizando uma possível reavaliação do papel tradicional do país na política internacional.
Apesar de Berna ter bloqueado aproximadamente US$ 15 bilhões em ativos russos desde o início do conflito, o parlamento até agora não aprovou a adesão a uma força-tarefa de sanções liderada pelos Estados Unidos, o que ilustra a complexidade da situação e a resistência de alguns setores suíços para alinhar-se completamente às medidas contra Moscou. A situação continua a evoluir, e as investigações em curso podem trazer novos desdobramentos para as políticas econômicas e de segurança da nação.