STM condena ex-sargento da FAB a 17 anos de prisão por tráfico de cocaína e revela dados alarmantes de militares envolvidos com drogas.

No ano de 2019, um acontecimento chocou o mundo e gerou repercussão internacional: um sargento da Força Aérea Brasileira (FAB) foi preso com 39kg de cocaína na bagagem, em um voo da comitiva da Presidência da República. O avião, que tinha como destino Tóquio, no Japão, fez uma escala em Sevilla, na Espanha, onde a alfândega local identificou os entorpecentes. Esse caso ganhou destaque novamente em setembro de 2024, quando a mais alta instância da Justiça Militar manteve a condenação de Manoel Silva Rodrigues.

Ao analisar os dados dos últimos sete anos, é possível constatar que não se tratou de um incidente isolado. Segundo informações obtidas pelo jornal Metrópoles através da Lei de Acesso à Informação (LAI), um total de 641 militares foram condenados por envolvimento com drogas no período de 2018 a 2024. As condenações não se restringiram a uma única área das Forças Armadas, abrangendo integrantes do Exército, da Aeronáutica e da Marinha.

Entre os dados levantados, observa-se que os soldados do Exército foram os mais frequentemente condenados, totalizando 563 casos. Em 2019, por exemplo, 158 militares foram condenados pelo crime, sendo 6 da FAB (sendo 1 cabo e 5 soldados) e 11 da Marinha (sendo 1 cabo, 8 marinheiros e 2 soldados navais). Ao longo dos anos seguintes, as condenações por envolvimento com drogas continuaram a afetar os militares das diferentes instituições.

Em um dos casos mais recentes, ocorrido também em 2024, o STM manteve a condenação de dois militares do Exército flagrados transportando 230 kg de cocaína em uma viatura militar. A droga, que saiu de Corumbá, no Mato Grosso do Sul, com destino a Campo Grande, foi encontrada durante uma abordagem na rodovia BR-262. Os militares conduziam 214 tabletes de cocaína acondicionados nas caixas e sacolas do veículo.

Além das condenações por envolvimento com drogas, o levantamento realizado também identificou casos de estelionato entre os militares, resultando na penalização de aspirantes a coronel. A análise dos dados revela uma realidade preocupante no contexto das Forças Armadas brasileiras, destacando a importância de medidas preventivas e educativas para coibir práticas ilícitas no interior das instituições militares. O Metrópoles tentou obter um posicionamento das Forças Armadas a respeito do assunto, mas até o momento da última atualização, não obteve resposta.

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