STF Suspende Julgamento Sobre Responsabilidade das Redes Sociais e Debate Tese Final Após Votação Favorável da Maioria dos Ministros



Na quarta-feira, 25 de junho de 2025, o Supremo Tribunal Federal (STF) suspendeu o julgamento referente à responsabilização das redes sociais por conteúdos ilegais postados por usuários. A decisão ocorre após uma fase intensa de deliberações que já se estende desde o início do mês e destaca uma clara divisão de opiniões entre os integrantes da corte. Até o momento, a maioria dos ministros expressou apoio à ideia de que as plataformas devem agir proativamente na remoção de publicações que contenham discursos de ódio, ofensas pessoais ou que atentem contra a democracia, sem a obrigatoriedade de uma ordem judicial prévia.

No registro de votos já realizados, foram contabilizados oito votos a favor e dois contra. Entre os ministros que se manifestaram, Cármen Lúcia apoiou a responsabilização das plataformas, enquanto Edson Fachin se posicionou contra essa tendência. A atual normativa, embasada no artigo 19 do Marco Civil da Internet, vigente desde 2014, estipula que as redes sociais só podem retirar conteúdos após uma determinação judicial. A crítica de ministros como Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes em relação às empresas de mídia social se intensificou, com Moraes caracterizando seus modelos de negócios como “agressivos” e destoantes das legislações brasileiras. Mendes, por sua vez, considerou a normativa antiga e não representativa de uma ameaça à liberdade de expressão.

Essas discussões transcorrem em um ambiente de tensão entre o STF e o governo dos Estados Unidos, que tem sido um crítico das decisões brasileiras que resultaram no bloqueio de plataformas que não cumpriram ordens judiciais. Não há como ignorar o contexto em que decisões importantes estão sendo tomadas, uma vez que o Legislativo norte-americano chegou a aprovar um projeto que proíbe a entrada do ministro Alexandre de Moraes nos Estados Unidos.

Um detalhamento das consequências dessa deliberação ficou evidente quando a sessão juridica incluiu a exibição de vídeos de indivíduos investigados por tentativas de golpe de Estado, ocorrido em 8 de janeiro de 2023. Estes, por sua vez, alegam sofrer censura e perseguições no Brasil. Este exame das responsabilidades das redes sociais, além de seus impactos na cidadania e na democracia, é um reflexo das complexidades enfrentadas pelo sistema judiciário brasileiro em um mundo cada vez mais digital e interconectado.

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