A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) está prestes a retomar um julgamento crucial nesta terça-feira, 18 de outubro. O caso envolve dez réus pertencentes ao Núcleo 3 da suposta trama golpista que se desenrolou durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro. A sessão, programada para começar às 9h, será marcada pelo voto do relator, ministro Alexandre de Moraes, que deverá se pronunciar sobre a possibilidade de condenação ou absolvição dos acusados.
A expectativa é alta, pois os votos dos demais ministros — Cristiano Zanin, Cármen Lúcia e Flávio Dino — seguirão o voto do relator, uma vez que Luiz Fux não participará do julgamento após sua transferência para a Segunda Turma. Nas sessões anteriores, realizadas na semana passada, as sustentações orais foram apresentadas pela Procuradoria-Geral da República (PGR) e pelas defesas dos réus. A PGR defendeu a condenação dos acusados, enquanto os advogados negaram qualquer participação dos réus nos crimes que lhes são imputados.
O Núcleo 3 é composto por nove militares do Exército e um policial federal, que estão sendo processados por crimes que incluem organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado. Os réus, conhecidos como “kids-pretos”, são acusados pela PGR de planejar ações táticas com a intenção de sequestrar e assassinar figuras-chave do governo, incluindo o ministro Alexandre de Moraes, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Neste grupo estão nomes de destaque, como Bernardo Romão Correa Netto (coronel), Estevam Theophilo (general), e vários outros tenentes-coronéis e coronéis, além do policial federal Wladimir Matos Soares.
Até o momento, 15 réus já foram condenados em relação à trama golpista, distribuídos entre diferentes núcleos, incluindo sete do Núcleo 4 e oito do Núcleo 1, liderado por Bolsonaro. O julgamento do Núcleo 2 está agendado para o dia 9 de dezembro, enquanto o Núcleo 5, que inclui o empresário Paulo Figueiredo — neto do ex-presidente da ditadura João Figueiredo e residente nos Estados Unidos — ainda não tem previsão de julgamento. A sociedade civil observa atentamente os desdobramentos, dada a importância política e judicial do caso.
