STF Marcará Júri Popular de Lessa e Élcio pelo Assassinato de Marielle Franco em Outubro

Na quinta-feira, 10 de outubro, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, autorizou o júri popular dos ex-policiais Ronnie Lessa e Élcio Queiroz, acusados de assassinar a vereadora Marielle Franco e seu motorista, Anderson Gomes, em 2018. O julgamento está programado para ocorrer no dia 30 de outubro, às 9h, na Comarca do Rio de Janeiro, conforme estabelecido pelo 4º Tribunal do Júri, que foi responsável pelo agendamento da sessão em setembro.

A decisão de Moraes segue o rito legal apropriado, considerando que os réus estão envolvidos em um processo penal em andamento na Suprema Corte. Neste caso, Lessa já se declarou réu confesso e firmou um acordo de delação premiada, no qual revelou detalhes sobre o assassinato. Ele também afirmou que Élcio foi o responsável por dirigir o veículo utilizado na execução do crime.

No contexto da delação, Ronnie Lessa implicou dois outros indivíduos: Domingos Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ), e o deputado federal Chiquinho Brazão, seu irmão, ambos detidos e descritos por Lessa como os mandantes do homicídio. Além deles, estão envolvidos no caso o ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro, Rivaldo Barbosa, e o major da Polícia Militar, Ronald Paulo de Alves Pereira. Todos os quatro réus enfrentam acusações de homicídio e organização criminosa, e permanecem em custódia.

De acordo com as informações apresentadas por Lessa, o assassinato de Marielle foi motivado por vingança relacionada ao político Marcelo Freixo, conhecido por seu trabalho no combate às milícias no Rio de Janeiro. Em 2008, durante a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Milícias, Brazão foi mencionado como um dos poucos políticos com acesso à comunidade de Rio das Pedras, na Zona Oeste, aliada às milícias locais.

Marielle Franco, que atuou como assessora de Freixo por dez anos antes de sua eleição como vereadora em 2016, foi uma figura proeminente no ativismo social e na luta pelos direitos humanos, e sua morte chocou o Brasil e o mundo. A expectativa é de que o julgamento traga à tona novas informações sobre o envolvimento dos réus e, possivelmente, mais detalhes sobre a rede de corrupção e violência que permeia a política carioca.

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