Os ministros Luís Roberto Barroso, Edson Fachin, Flávio Dino, Gilmar Mendes, Cristiano Zanin e Dias Toffoli votaram contra o pedido de Bolsonaro, respaldando a permanência de Moraes como relator do caso. A defesa do ex-presidente argumentava que o ministro estaria impedido legalmente de conduzir o inquérito, pois ele seria juiz e vítima, já que seu nome aparece entre os alvos da trama golpista.
No entanto, o voto de Barroso destacou que não há elementos que corroborem as alegações de imparcialidade de Moraes para prosseguir como relator do inquérito. Segundo o ministro, os fatos descritos na petição inicial não configuram qualquer situação legal que impeça o exercício da jurisdição por parte de Moraes.
Bolsonaro foi indiciado pela Polícia Federal em novembro por sua suposta participação na articulação do golpe de Estado. Os crimes relacionados ao caso incluem tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e participação em organização criminosa.
A próxima etapa será a análise do caso pela Primeira Turma do STF, composta pelos ministros Cármen Lúcia, Luiz Fux, Flávio Dino, Alexandre de Moraes e Cristiano Zanin, que preside o grupo. A decisão de manter Moraes como relator do inquérito sustentou a continuidade das investigações relacionadas à tentativa de golpe de Estado em 2022.