STF Investiga Juiz que Liberou Homem Condenado por Quebrar Relógio Histórico do Palácio do Planalto Durante Atos Antidemocráticos de 8 de Janeiro.



O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, anunciou uma decisão impactante nesta quinta-feira, 19 de junho, ao determinar que seja investigada a atuação do juiz Lourenço Migliorini Fonseca Ribeiro, responsável pela soltura de Antônio Cláudio Alves Ferreira. Ferreira, um mecânico condenado por danificar um relógio histórico no Palácio do Planalto durante os atos antidemocráticos de 8 de janeiro, teve sua progressão de regime para semiaberto efetuada sob circunstâncias contestáveis.

Na sexta-feira, 13 de junho, Ribeiro concedeu a progressão ao regime semiaberto, alegando que Ferreira já cumpria os requisitos necessários — o que, segundo Moraes, não se sustenta legalmente. Em sua decisão, Moraes ressaltou que a soltura foi realizada sem a devida competência e que o juiz havia desrespeitado a legislação brasileira ao considerar que Ferreira cumprira apenas 16% da pena, sendo que, para a progressão ao regime semiaberto, é exigido um mínimo de 25%.

O caso levanta questionamentos sobre a própria eficiência do sistema judiciário, uma vez que o réu não estava utilizando tornozeleira eletrônica durante sua liberdade condicional. O magistrado justificou tal ausência com a falta de equipamentos disponíveis no estado de Minas Gerais. Moraes, por sua vez, criticou essa decisão, afirmando que a situação reflete uma contrariedade às normas vigentes e à gravidade do crime cometido, que envolveu danos a um patrimônio cultural de grande valor.

Antônio Cláudio Alves Ferreira foi condenado a 17 anos de prisão em um julgamento realizado em junho do ano passado. O relógio que ele quebrou, datado do século XVII e projetado pelo relojoeiro Balthazar Martinot, é um importante símbolo histórico que foi trazido ao Brasil por Dom João VI em 1808. A decisão do STF para determinar a prisão de Ferreira novamente, apenas dias após sua liberação, evidencia a seriedade com que o tribunal está tratando casos relacionados aos eventos de 8 de janeiro.

Moraes, em seu despacho, enfatizou que a soltura de Ferreira configura uma afronta à legislação e à estrutura judiciária, e que o juiz de Uberlândia atuou fora dos limites delimitados pelo STF. Com essa investigação, espera-se que se esclareçam não apenas as circunstâncias da soltura, mas também que medidas sejam tomadas para evitar que decisões similares coloquem em risco a integridade do sistema legal brasileiro.

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