A guarda do ex-presidente, segundo as orientações do ministro, deve ser feita de maneira discreta e sem qualquer tipo de exposição midiática que possa causar incômodos à vida pessoal ou à vizinhança. Moraes destacou a importância de que o acompanhamento não invada a privacidade do ex-presidente, assegurando assim a integridade do ambiente em que ele reside. “O monitoramento realizado pelas equipes deve evitar a exposição indevida, ficando ao seu critério a utilização ou não de uniforme e respectivos armamentos necessários à execução da ordem”, disse o ministro em sua decisão.
Essa determinação surge em resposta a uma recomendação da Procuradoria-Geral da República (PGR), que sugeriu um aumento no nível de vigilância na residência de Bolsonaro. Na manifestação, a PGR reforçou a necessidade de que a ação policial se limite a monitorar, sem invadir a residência ou perturbar a convivência dos vizinhos.
O cenário atual, marcado por tensões políticas e sociais, levanta questões sobre a relação entre segurança e privacidade. A vigilância contínua não só visa garantir a segurança do ex-presidente, mas também tentar equilibrar a integridade da vida pública e privada em um momento delicado da democracia brasileira. A decisão de Moraes reflete a complexa dinâmica de poder e segurança em tempos de polarização, evidenciando o cuidado necessário para respeitar direitos fundamentais enquanto se busca a proteção de figuras públicas.
Assim, a responsabilidade da Polícia Penal se estende além do simples monitoramento; ela deve também compreender o impacto que suas ações podem ter sobre a vida dos cidadãos ao redor, criando um espaço onde a segurança não comprometa a liberdade e a privacidade, elementos essenciais de uma sociedade democrática.